Yamaha TMax 530, R$ 42.500, tem motor vigoroso e alma de moto
A ideia por trás da concepção do Yamaha TMax 530 é inovadora: combinar o desempenho e maneabilidade de uma motocicleta com a conveniência e praticidade de um scooter. Foi assim que, em 2001, a primeira geração do modelo inaugurou a categoria dos maxiscooter.
A versão, que agora chega importada ao Brasil por R$ 42.500, foi aprimorada em 2012 com chassi mais leve e motor mais forte -- o propulsor bicilíndrico, de 530 cm³, injeção eletrônica e arrefecimento a líquido, agora rende até 46,2 cv. Ele fica dentro do quadro de alumínio e não preso à roda traseira, como em outros scooters. Com isso, o torque de 5,3 kgfm chega à roda traseira por meio de uma correia dentada.
O maior benefício dessa solução técnica é melhorar a distribuição dos 221 kg (em ordem de marcha da versão com freios ABS) nos dois eixos e concentrar o peso no centro -- evitando aquela comum sensação de traseira "pesada" dos maxiscooters. Além disso, a transmissão final por correia faz com que as respostas do TMax ao acelerador sejam mais instantâneas.
ACELERAÇÃO EMPOLGANTE
Antes mesmo de acelerar o TMax 530 é possível notar essas diferenças. O quadro forma uma espécie de túnel central bem alto e subir no scooter assemelha-se a montar em uma moto. O banco elevado (a 80 cm do solo) reforça essa sensação, mas o conforto do assento com um útil encosto lombar escancara seu lado "scooter".
Dar partida no motor proporciona outra surpresa: a longa e única ponteira de escapamento emite um som mais grave do que se espera. Mas nada é mais surpreendente do que acelerar em si -- apesar do câmbio CVT (com polias variáveis) como em outros scooters, a arrancada do TMax é impressionante. Há torque de sobra para ir de 0 a 100 km/h mais rápido que muitas motos, afinal não se "perde" tempo para trocar as marchas.
A balança traseira, também em alumínio, é monoamortecida como a maioria das motos e não carrega a transmissão final e o motor. Na prática, isso significa que ao passar em ondulações ou paralelepípedos, o conjunto não move todo esse peso. Mais leve, ele fica livre para manter a roda sempre no chão. Dessa forma, aproveita-se melhor o torque do motor e não se percebe o atraso entre o giro do acelerador e a "força" que empurra o TMax -- fenômeno comum de outros scooters.
Rodas de liga-leve de 15 polegadas (na frente e atrás) e garfo telescópico com 120 mm de curso na suspensão dianteira completam a ciclística. Apesar de privilegiar o conforto urbano, as suspensões são firmes o suficiente para se rodar a 160 km/h de forma estável e com segurança. As rodas grandes proporcionam estabilidade.
Ficha técnica
Yamaha TMax 530
+ Preço: R$ 42.500.
+ Motor: Dois cilindros paralelos, 530 cm³, refrigeração líquida.
+ Potência: 46,5 cv a 6.750 rpm.
+ Torque: 5,3 kgfm a 5.250 rpm.
+ Câmbio: CVT.
+ Alimentação: Injeção eletrônica.
+ Dimensões: 2.200 mm x 775 mm x 1.420 mm (CxLxA).
+ Peso: 221 kg (em ordem de marcha)
+ Tanque: 15 litros
É MESMO UM SCOOTER?
Ao contornar curvas nota-se a real diferença do modelo da Yamaha para outros maxiscooters. Com centro de gravidade baixo e concentração de massas, o TMax mostra um lado esportivo de fazer inveja à concorrência. Não chega ao nível de uma "verdadeira" motocicleta, mas é preciso e bastante estável.
Outro destaque vai para os freios. Formado por dois discos com pinça de quatro pistões (dianteira) e disco simples (traseira), o sistema oferece frenagens dignas de uma boa moto: modular e na medida certa. O ABS é discreto e funciona apenas para evitar o travamento da roda traseira no piso molhado.
NÃO SE PODE TER TUDO
A inovadora solução do motor fixado ao quadro compromete o espaço sob o banco. Enquanto em outros scooters é possível guardar até dois capacetes fechados, no bagageiro do TMax 530 cabe apenas um.
A ciclística estável para uma pilotagem esportiva não chega a prejudicar o uso urbano -- já que o torque disponível em diversas faixas de rotação e a boa distribuição de peso fazem dele um veículo fácil de pilotar na cidade --, mas compromete, de certa forma, a agilidade de costurar carros no trânsito. Isso, claro, se ele for comparado a outros scooters de menor porte.
Em contrapartida, há boa proteção aerodinâmica do parabrisa (ajustável em duas posições com chave Allen), diversos compartimentos práticos no escudo frontal e bancos macios que não cansam em viagens mais longas. Levando-se em conta a vocação estradeira dos maxiscooters, outro ponto positivo fica para o consumo: médias entre 17,5 km/l e 20,3 km/l.
VALE A PENA?
O TMax 530 é caro. No Brasil e até mesmo na Europa, onde é vendido por 10.895 euros -- cerca de R$ 36 mil (sem taxas). Ele não vale a pena se você comprá-lo com mentalidade de motocicleta (lembre-se, ele tem alma de moto, mas é um scooter). Agora, se você é fã de maxiscooter e busca exatamente a melhor opção entre veículos deste segmento, saiba que o TMax está um passo a frente de seus concorrentes.
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