Em alta, Curitiba atrai fabricantes de motos premium
Enquanto as motos de baixa cilindrada enfrentam entraves às vendas, devido à menor oferta de crédito ao consumidor, os modelos de maior capacidade cúbica apresentam bons índices de emplacamento. Por exemplo, duas marcas desse segmento, BMW e Harley-Davidson, já alcançaram em 2013 números superiores aos do ano passado, respectivamente em 7.700 e 8.000 motos comercializadas.
Uma das regiões mais visadas pelas chamadas marcas premium é Curitiba (PR). À parte ser a capital e o principal centro econômico de um estado cuja renda per capita está em R$ 22.769 -- contra média nacional de R$ 21.535, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) --, a cidade vem ganhando cada vez mais concessionárias de diversas marcas desse segmento nos últimos anos.
Justamente por esses predicados, a capital paranaense foi escolhida para receber a primeira edição do Brazil Motorcycle Show, no último fim de semana. O salão é voltado especificamente às motos de maior porte e, além de BMW e Triumph, também marcaram presença Ducati, Harley-Davidson, Honda, Kawasaki, Triumph, Suzuki e Yamaha. Ao longo dos três dias de exposição no Parque Barigui, os organizadores contabilizaram a presença de 17 mil pessoas.
Segundo Cesar Mocelin, um dos promotores, o objetivo era atrair não apenas potenciais compradores, mas também pessoas que veem esses modelos como “sonhos de consumo”, mesmo sem condições de comprá-los. “O mercado é premium, mas o sonho é de todos”, frisou.
Estande da Ducati no Brazil Motorcycle Show
MARCAS ACREDITAM
No mercado brasileiro há pouco mais de um ano, a Triumph deve fechar 2013 com cerca de 2.500 unidades vendidas, número que empolgou os representantes da marca no país. Por isso, a montadora inglesa promete trazer sete novos modelos no ano que vem e vê Curitiba como um dos principais mercados.
Para Fernando Filié, gerente de marketing da Triumph Brasil, as vantagens da cidade não estão apenas no aspecto econômico. "Existe, inclusive, a questão da segurança. Em São Paulo, por exemplo, há um medo de se andar com superesportivas. Aqui, não tanto. Nossa concessionária que mais vende a Daytona 675R é a de Curitiba", ressaltou.
Já a Harley-Davidson aposta no peso e na tradição de seus produtos para conquistar clientes. "A marca tem uma força impressionante. É como se fosse uma religião", comparou o gerente de conformidade da companhia no Brasil, Fabiano Belli.
Diante do cenário positivo, a italiana Ducati está às vésperas de inaugurar uma concessionária na capital paranaense, e aproveitou a mostra para testar a receptividade do público aos seus produtos. "Estamos finalizando a loja e esperamos vender 20 motos por mês", previu Vítor Amaral, consultor da futura revenda.
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