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Suzuki Bandit 650 ganha sobrevida na linha 2011 com plástica leve

Da Infomoto

24/12/2010 18h03Atualizada em 30/12/2010 14h15

Com a bem sucedida proposta de ser uma “moto com cara de moto”, a linha Suzuki Bandit se mantém no mercado há mais de uma década. Mas até mesmo veículos que viraram ícones, caso desta naked japonesa, precisam se atualizar. Por isso, desde outubro, a J.Toledo/Suzuki comercializa no Brasil a mais recente versão da Bandit 650 N, além da semicarenada, a 650 S.

Apresentada em 2008 na Europa, a Bandit N (de naked) ganhou visual mais moderno, mas manteve o mesmo motor e ciclística. Uma aposta da marca para manter a Bandit na briga pelo segmento de 600 cm³. Fatia de mercado que, vale ressaltar, ganhou vários concorrentes no último ano no Brasil: no início de 2010, a Yamaha lançou a XJ6N; a Kawasaki vende a Z 750 e a bicilindrica ER-6n; e a Honda tem a líder CB 600F Hornet.

O VISUAL DA SUZUKI BANDIT 2011
Para dar uma sobrevida a essa veterana naked, a Suzuki começou a atualização pelo farol. Em vez do tradicional conjunto óptico redondo, os projetistas apelaram para formas ovais e mais atuais. O farol também ganhou uma pequena cobertura prata nas laterais. As luzes de direção também seguiram as linhas ovais. A lanterna traseira ficou menor e um pouco afilada.

Mudou também o painel: saíram os dois mostradores redondos e um tanto antiquados e chegou um painel com conta-giros oval e tela de cristal líquido retangular. Bastante completo com velocímetro, hodômetro, relógio, marcador de combustível, traz ainda um útil indicador de marcha engatada -- único entre as nakeds da categoria.

O tanque manteve o mesmo formato e capacidade (19 litros). No restante as mudanças na roupagem foram poucas: as aletas decorativas do tanque agora são inteiriças e o desenho da rabeta mudou sutilmente. Por fim, o motor recebeu novamente a pintura preta de versões anteriores.

Em geral a Bandit 650 2011 ficou mais bonita e um pouco mais moderna. Isso porque se compararmos a naked da Suzuki com concorrentes como Yamaha XJ6N, Honda Hornet e Kawasaki Z 750 ela ainda parece um pouco antiquada. Ao menos visualmente.

FICHA TÉCNICA: Suzuki Bandit 650 N

Motor:Quatro cilindros em linha, 656 cm³, refrigeração liquida, DOHC, 16 válvulas.
Potência máxima:85 cv a 10.500 rpm.
Torque máximo:6,27 kgfm a 8.900 rpm.
Câmbio:Seis velocidades.
Quadro:Berço duplo em aço.
Suspensão:Dianteira por garfo telescópico tradicional com ajuste na pré-carga da mola com curso de 130 mm. Traseira por balança oscilante com monoamortecedor com ajuste na pré-carga da mola e retorno com curso de 128 mm.
Freios:Dianteiro com disco duplo flutuante de 310 mm de diâmetro com pinça de quatro pistões opostos. Traseiro a disco simples de 240 mm de diâmetro com pinça de um pistão.
Pneus:120/70 ZR17 (dianteiro) e 160/60 ZR17 (traseiro).
Dimensões:2.145 mm (comprimento), 780 mm (largura), 1.095 mm (altura); 1.470 mm (entre-eixos); 790/810 mm (altura regulável do assento); 135 mm (altura mínima do solo).
Peso:240 kg em ordem de marcha.
Tanque:19 litros.

MOTOR IDÊNTICO
Tanto o motor como a ciclística da Bandit continuaram iguais. Não que isso seja um defeito, afinal essa Suzuki tem suas qualidades, caso contrário não estaria há tanto tempo na estrada.

Praticamente um ícone, o propulsor de quatro cilindros em linha tem 656 cm³ de capacidade cúbica com comando duplo no cabeçote e quatro válvulas por cilindro. Os números de desempenho e o comportamento do motor continuam o mesmo: 85 cv a 10.500 rpm. Com o sistema de alimentação eletrônica o torque em baixas e médias rotações é um dos pontos positivos da Suzuki Bandit 650. O piloto tem a sensação de que o motor está sempre pronto a responder, sobretudo em altos regimes, quando a potência parece empurrar com facilidade essa naked.

E vem justamente desse motor um dos grandes motivos do sucesso da Bandit: seja para rodar pela cidade sem trocar muito de marcha, usufruindo da “força” do propulsor, ou para acelerar mais esportivamente, o motor de quatro em linha responde bem. Claro que seus 85 cavalos de potência não são grande coisa comparando com os 102 cv da Hornet ou com os 106 cv da Kawasaki Z750, mas estão além mais da XJ6N e seis 77,5 cv e são suficientes para proporcionar diversão ao motociclista.

Na parte ciclística, nenhuma novidade. Quadro berço duplo em aço, garfo telescópico dianteiro convencional e balança traseira monoamortecida -- todo o conjunto é projetado para oferecer mais conforto do que esportividade, com acerto ideal para o uso em ruas e estradas, porém um pouco “mole” demais se você quiser pilotar em uma pista.

Outro destaque da Bandit são seus freios. Os dois discos dianteiros de 310 mm de diâmetro são flutuantes e “mordidos” por duas pinças de quatro pistões opostos. Na traseira, um único disco de 240 mm conta com uma pinça de um único pistão.

O grande senão da Bandit é seu peso excessivo: são mais de 240 kg em ordem de marcha contra, por exemplo, 206 kg em ordem de marcha da Yamaha XJ6N. A Suzuki poderia ter investido em um quadro e rodas mais leves: tantos as rodas e pneus são exatamente os mesmos da versão anterior.

SUZUKI BANDIT NA BRIGA
O novo visual certamente dará mais fôlego para que a Bandit 650 continue na disputa pelo concorrido segmento de motos naked de 600 cm³. Rodando pelas ruas de São Paulo, essa nova Suzuki provou que manteve suas principais características, como motor vigoroso e amigável, conforto para o motociclista e agilidade para encarar o trânsito.

Apesar de as mudanças estéticas não serem tão radicais e a Bandit permanecer, na sua essência, a mesma motocicleta, não foram poucos os motociclistas curiosos que fizeram perguntas sobre o novo modelo. E, quase todos, ficavam um pouco decepcionados pelo fato de que não houve mudanças na motorização e ciclística.

De qualquer forma, com preço sugerido de R$ 29.900, a Suzuki Bandit 650 2011 ainda está na briga. Entre as concorrentes de quatro cilindros em linha, a Yamaha XJ6N tem preço mais em conta, R$ 28.600, porém motor menos potente e especificações mais espartanas. Já a Honda CB600F Hornet, líder de vendas no segmento, sai por R$ 33.260 na versão standard; e a Kawasaki Z 750, com motor de maior capacidade, custa R$ 33.990. (por Arthur Caldeira)