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Como economizar freios e saber se estão te empurrando trocas desnecessárias

Colaboração para o UOL

26/11/2019 04h00

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Como já comentamos sobre pastilhas de freio, acho válido falarmos também dos discos e aproveitar para fazer um combo de dicas para essa semana.

Os discos de freio sofrem menos desgaste que as pastilhas, mas ainda assim se desgastam e precisam ser substituídos. Saber a momento de fazer essa troca é importante para não gastar dinheiro à toa.

Muitos mecânicos convencem seus clientes a trocar discos de freio mostrando o degrau que fica na borda da peça, indicando desgaste. Esse degrau é mesmo um sinal de desgaste, já que um disco novo é todo liso, mas não é indicação de que está na hora de trocar a peça.

Os discos de freio têm um limite de espessura, definido pelo fabricante, que garante eficiência e bom funcionamento. Esse limite é medido na parte interna do disco (e não na borda).

Muitos manuais de automóveis sugerem que se troque os discos de freio a cada duas trocas de pastilhas. Essa é uma recomendação boa, mas o sistema de freios pode durar mais ou menos, de acordo com a forma como dirigimos. Então pode ser que os discos do seu carro aguentem um pouco mais do que a recomendação do manual.

O legal é inspecionar e fazer o seu próprio controle de trocas. E é aqui que a gente começa com o combo de dicas! Vocês já sabem ver se as
pastilhas chegaram ao limite e agora sabem como verificar os discos. Então vamos aprender a fazer com que essas peças durarem mais.

Disco de freio - Thais Roland/UOL - Thais Roland/UOL
Imagem: Thais Roland/UOL

Usando o motor a seu favor

Já ouviram falar em Freio Motor? Se vocês estão descendo uma ladeira bem íngreme, é legal manter o carro engatado numa marcha mais pesada (menor, uma terceira ou segunda, por exemplo) e deixar o próprio motor do carro dar uma segurada na velocidade. Isso é o Freio Motor. Usar esse recurso não prejudica em nada o seu veículo, nem motor nem câmbio, e ainda ajuda a poupar os freios também.

Imagine que você está indo de São Paulo a Santos pela Rodovia Anchieta. O limite de velocidade na descida da serra é de 50 km/h. É muito difícil segurar o carro no freio nessa situação se estivermos com a quinta marcha engatada. Acabamos usando demais os freios e isso acelera o desgaste, tanto das pastilhas quanto dos discos - não só pelo atrito, mas também pela elevação da temperatura dessas peças.

Mas tudo muda se você engata uma terceira ou até uma segunda marcha e deixa o motor do carro controlar parte da velocidade. Assim podemos pisar muito menos nos freios e a descida da serra fica não só mais segura, mas também menos tensa. E você ainda estará poupando os freios e até um pouco de combustível também - além de evitar aquelas multas tão desagradáveis de excesso de velocidade por uma distração numa curva qualquer.

Isso vale para cidade também, para a aproximação de pedágios ou semáforos... enfim, para qualquer situação em que queremos diminuir a velocidade. Em vez de desengatar o carro e pisar no freio, vá diminuindo marchas e desacelerando até parar ou retomar a velocidade.

Aliás, essa história de "descer na banguela" (descer uma ladeira, por exemplo, com o carro em ponto morto, desengatado) para economizar combustível é coisa do passado, hein! Funcionava para carros carburados, mas não funciona na injeção eletrônica. Em alguns carros você pode até consumir mais combustível e está, com toda certeza, acelerando o desgaste do sistema de freios.

Freios traseiros: trocas são menos frequentes

Independentemente do tipo de sistema (disco ou tambor), os freios traseiros do seu carro são muito mais duradouros. Isso porque são os freios dianteiros que mais sofrem durante as frenagens (e até por isso são mais robustos). O fato do motor estar na frente do carro e todo o peso do veículo ser
empurrado para frente durante uma frenagem exigem que os freios dianteiros sejam melhores enquanto os traseiros podem ser menores.

O desgaste nos freios traseiros realmente são muito menor e troca-se peças com muito menos frequencia. Em muitos manuais a indicação é de inspecionar o sistema a cada x km. Inspecionar! E trocar apenas se for necessário.

Freio não mexe em balanceamento ou alinhamento

A última dica é sobre alinhamento e balanceamento. Já vi oficina empurrar alinhamento e balanceamento para clientes que trocaram apenas pastilhas e discos de freio, ou até só as pastilhas. Mexer no sistema de freios não altera a geometria de suspensão.

O que é importante verificar quando se mexe nos freios é empenamento de disco e cubo de roda, que podem influenciar na eficiência dos freios ao pisar no pedal. Mas nada disso tem a ver com alinhamento ou balanceamento. Fiquem alertas!

Me digam se gostaram das dicas, deixem suas sugestões aí nos comentários e tenham uma ótima semana!