Afinal, automobilismo ainda é importante para desenvolver carro de rua?
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Corridas têm histórico de contribuições aos automóveis; coluna destaca intercâmbio entre equipamentos das pistas que foram para a rua
Automobilismo de competição tem demonstrado longo histórico de contribuições aos automóveis convencionais utilizados em ruas e estradas de todo o mundo. Claro que categorias de ponta como Fórmula 1, protótipos do WEC (em inglês, Campeonato Mundial de Resistência) e de ralis desenvolvem projetos sofisticados cujas inovações são bastante caras e dificultam a migração direta para carros do dia a dia.
Porém, não invalida pesquisas e esforços técnicos que as corridas exigem sem parar. Os regulamentos mudam sempre e renovam os desafios. Por fim, se nem tudo pode migrar diretamente das pistas para as ruas, a relação de componentes utilizados em pistas e depois nos automóveis comuns é, de fato, extensa.
Em 1990, a FIA (Federação Internacional do Automóvel) fez um primeiro levantamento de inovações originadas nas pistas desde o início das competições no final do século 19. Foram 87 itens que entraram em produção em curto prazo, geralmente em automóveis mais caros e depois em modelos de alta produção, em prazos variáveis.
Para começar, os chassis desenhados para carros, sem inspiração nas carruagens, surgiram com a primeira corrida oficial entre Paris e Rouen, em 1894. Nos motores, dezenas de novidades, como os de altas rotações a partir de 1908, os compressores (1907), duplo comando e multiválvulas (1912). Caixas de câmbio de cinco marchas desde 1911. Tração 4x4 começou em 1906, mas levou 60 anos até chegar a um carro esportivo. Primeiro freio a disco estreou nas 24 Horas de Le Mans de 1953 e apenas dois anos depois já estava em modelo de produção. Até o simplório espelho retrovisor começou nas corridas, em 1911.
A prova de Le Mans, etapa principal do WEC, levou este colunista de volta ao circuito 47 anos depois de transmitir a prova em boletins ao vivo para a extinta TV Tupi. A infraestrutura atual é tremendamente melhor, desde o paddock, boxes, edifícios de apoio e até aeroporto a menos de um quilômetro da pista.
Em 1970, um Porsche, o emblemático 917, venceu pela primeira vez na classificação geral e este ano a marca conseguiu sua 19ª vitória. Quando decidiu retornar a Le Mans, em 2014, desenvolveu o 919 Híbrido que utiliza um motor V4 turbo a gasolina para tracionar as rodas traseiras e um elétrico para as rodas dianteiras. O mais interessante: duplo sistema de recuperação de energia por meio dos freios e dos gases de escapamento. Armazenamento é numa bateria de íon de lítio. Curiosamente, solução que veio das ruas -- do supercarro 918 -- para as pistas.
Quanto ao V4, não é mais utilizado em carros de rua (por enquanto...). Mas, antes de chegar a alguns modelos Ford, Matra e Saab em 1962, essa configuração estreou em corridas em 1898. Que mundo pequeno...
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Roda Viva
+ Novo Polo, de sexta geração, apresentado de forma estática na semana passada em Berlim, chega ao Brasil em outubro (poucas semanas depois da Alemanha). Apenas em dezembro atinge capacidade total de produção. Estilo é evolucionário nos conceitos da marca alemã, mas o interior agrega painel e quadro de instrumentos de grande impacto visual.
+ Comparado ao Polo 4 que saiu de linha no Brasil há menos de três anos, em dezembro de 2014, diferenças são marcantes: comprimento, 4,05 m (mais 16 cm); largura, 1,75 m (mais 10 cm); entre-eixos, 2,56 m (mais 10 cm); porta-malas, 351 L (mais 101 L). Nenhum dos compactos atuais poderá rivalizar em termos de espaço, equivalente ao do antigo Golf 4.
+ Plataforma do novo Polo vai gerar mais três produtos: sedã Virtus (fevereiro 2018), produzido em São Bernardo do Campo (SP); SUV T-Cross (maio 2018) e picape Saveiro (dezembro 2018), fabricados em São José dos Pinhais (PR) ao lado de Fox e Golf. Para conviver com o Polo, a Volks deverá diminuir os preços do Fox, que continua em produção até o final de 2021, juntamente com SpaceFox argentino.
+ Chevrolet Tracker coloca-se bem no segmento de SUVs compactos especialmente pelo desempenho do motor turbo de 1,4 litro e 153 cv (etanol). Embora tenha potência menor que o 2.0 do Creta, torque maior garante desempenho superior no uso cotidiano. Espaço interno é razoável, mas porta-malas de 306 litros só ganha do Renegade. Muito boa a direção eletroassistida.
+ Faltava ao Captur uma caixa automática para o motor de 1,6 litro a fim de atender a crescente procura de maior comodidade no uso urbano. Nessa faixa de preço, câmbio A/T representa em média mais de metade das vendas. Renault oferece agora um CVT, de seis marchas virtuais, origem Nissan, que limita discretamente o desempenho do modelo. Preços de R$ 84.900 (versão Zen) a R$ 88.400 (Intense).
+ Continuam as discussões nos EUA sobre regulamentação de carros autônomos. Fabricantes estão apreensivos em razão de a tecnologia avançar mais rápido que o esperado. Ainda há dúvidas se vão prevalecer as legislações estaduais ou a federal. Indústria quer ter voz ativa no processo, pois desenvolvimento de inteligência artificial vem para resolver muitos problemas.
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