Indústria de carros mundial precisa seguir 5 passos se não quiser acabar
Operário na linha de montagem da Ford em São Bernardo do Campo (SP): muito mais complexa do que um produto comum, fabricação de um automóvel precisa se tornar um processo cada vez mais inteligente e inovador Imagem: Rodrigo Paiva/Folhapress
Defasados na era da conectividade, fabricantes precisam enfrentar e minimizar risco de desaparecer
Que a indústria automotiva mundial terá de se reinventar nas próximas duas décadas ninguém mais duvida. Alguns especialistas acreditam em prazo ainda mais curto -- talvez 10 anos -- para mudanças profundas em direção à mobilidade diversificada e onipresente. Caso contrário, há o risco até de desaparecer.
A consolidação, porém, seria gradual e irreversível, porque certamente a produção tende a se acomodar não muito acima de 120 milhões de veículos/ano (hoje em torno de 85 milhões).
Uma das pesquisas interessantes sobre esse futuro foi publicada recentemente pela consultoria inglesa Ernst & Young (EY). Traça um quadro sobre barreiras a superar em mercados cada vez mais integrados e compartilhados. A consultoria identificou cinco desafios que os fabricantes devem superar. Em resumo, os seguintes:
1. Inovação
Apesar de a indústria acumular histórico de aperfeiçoamentos e de os veículos de hoje serem muito avançados, poucas companhias demonstram abordagem sólida para desenvolver e avaliar novas ideias. Portanto, há necessidade de maneiras verdadeiramente disruptivas para revolucionar o próprio negócio.
2. Conectividade
Necessário ver os consumidores como indivíduos para quem experiências, produtos e serviços devem ser personalizados. Este tema é crítico, principalmente para as novas gerações que se acostumaram com serviços móveis e sob demanda. Fundamental aprofundar o relacionamento contínuo com os consumidores. Após a venda, interações com clientes são infrequentes e impessoais e, em muitos casos, gerenciadas apenas pelas concessionárias.
Em contrapartida, potenciais operadores no mercado e os principais fornecedores de transporte compartilhado se beneficiam de uma ligação muito mais estreita com clientes, por meio de avaliações diretas e respostas pessoais nos aplicativos e nas redes sociais. Como a escolha dos consumidores está cada vez mais baseada nas suas experiências, a conectividade entre empresas e consumidores será a chave para o sucesso. Por isso, é prudente a indústria melhorar drasticamente a capacidade de interação e de oferecer novos serviços.
3. Colaboração externa
Por décadas houve relação muito rígida entre mercado e parceiros. A nova indústria de mobilidade, porém, requer trabalho de colaboração mais amplo, envolvendo todo o ecossistema. Apesar de motivações e objetivos diferentes, todas as engrenagens desse universo devem compartilhar experiências e informações, a fim de oferecer serviços focados e personalizados aos clientes.
4. Novos talentos
A indústria automobilística sempre buscou os melhores engenheiros do mercado, porém a aposta agora é em inteligência artificial e cientistas de dados. Organogramas tradicionais e modelos de compensação e incentivos impedem as empresas de atrair e reter o talento necessário para inovar e sustentar um negócio disruptivo. Pesquisa com jovens profissionais de tecnologia e startups apontou que eles não enxergam o mercado de veículos como inovador.
5 Modelos operacionais desatualizados
As grandes companhias preferem alavancar seus antigos processos operacionais e sistemas em vez de investir em novas formas de executar essas ações.
+Lançamento do Citroën C4 Cactus, importado da França, semana passada na Argentina. Estratégia estranha, pois o carro será produzido no Brasil (início de 2018) e sairá mais barato, sem imposto de importação, para os argentinos. Já a VW prepara prévia de imprensa do novo Polo, na Alemanha, em meados de junho próximo. Para o público alemão, em agosto, e no Brasil, setembro.
+Sindipeças confirma que frota brasileira de veículos leves e comerciais estagnou em 42,8 milhões de veículos em 2016, apenas 0,7% acima de 2015. Há ainda 14 milhões de motocicletas. Este ano, muito provavelmente, frota total começará a encolher, como ocorreu nos EUA após a crise financeira de 2008/2009. Outro aspecto ruim: envelhecimento da idade média dos veículos.
+Carros da Mini continuam a ser anabolizados pela BMW. Novo crossover Countryman tem 45% a mais de comprimento (hoje, 4,3 metros) em relação ao primeiro modelo inglês de 1959. Três versões chegam ao mercado: Cooper, Cooper S e ALL4 (tração integral). Motores turbo 1.5 3-cilindros de 136 cv ou 2.0 4-cilindros de 192 cv. De R$ 144.950 a 189.950.
+Citroën C3 e Aircross finalmente estreiam o câmbio automático de seis marchas, da japonesa Aisin, como a coluna antecipou. Seu funcionamento é suave e tem três modos, além de seleção sequencial. Motor 1.5 saiu de linha. Como a potência do motor 1.6 caiu 4 cv, as respostas ao acelerador ficaram algo mais lentas. Preços entre R$ 58.540 e R$ 76.400.
+Minicidade da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) de São Paulo foi modernizada em colaboração com o Instituto Renault. Faz parte da ação “O Trânsito e Eu”, incluindo sala digital e realidade virtual. CET estima que 14.000 crianças anualmente visitem as novas instalações. Em 24 anos, mais de 200.000 jovens passaram por essa experiência meritória.
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