Principal consumidor de petróleo, EUA mira Europa para ter carros mais econômicos

As alternativas energéticas estão, de novo, no centro das atenções. E, claro, isso tem muito a ver com o que acontece ou acontecerá nos EUA, de longe o maior consumidor de petróleo. A estratégia dos americanos é chegar ao mesmo objetivo dos europeus de emitir menos gás carbônico (CO2), um dos gases de efeito estufa que poderiam afetar o clima no planeta, mas atuando na diminuição de consumo de combustível. O resultado final é igual. Porém, politicamente, o discurso do carro econômico é mais palatável.
O tema se tornou tão relevante que o novo presidente da Nada (Associação Nacional de Concessionárias de Automóveis, em inglês), William Underriner, o elegeu como principal preocupação em seu mandato. A convenção anual da Nada, megaevento que reuniu 20.000 pessoas e uma grande exposição de fornecedores de serviços, este ano foi em Las Vegas. Naturalmente, fabricantes de veículos têm participação ativa e seis deles montaram estandes.
A Califórnia, maior mercado do país, estabeleceu, no final de janeiro último, uma meta de diminuição paulatina de consumo, alinhada à já anunciada pelo governo federal: média dos modelos comercializados deve atingir 23 km/l de gasolina até 2025 (hoje não chega a 14 km/l). Na realidade, a Califórnia quer 15,4% de veículos vendidos no estado movidos apenas a bateria, a pilha de hidrogênio ou híbridos plugáveis em tomada. Em outros termos, a eletricidade, em parte ou totalmente, passa a vigorar por decreto. Pode ocorrer uma revisão em 2018. Mesmo porque a infraestrutura precisa acompanhar.
Na convenção da Nada, os fabricantes apoiaram a medida, inclusive no discurso de Sergio Marchionne, presidente da Fiat-Chrysler, que considerou o objetivo factível. Os concessionários, porém, não se convenceram de que esse é o desejo dos consumidores, pois as novas tecnologias agregariam até US$ 5.000 (R$ 8.500) ao preço final dos automóveis, cuja média, hoje, está em US$ 22.000 (R$ 38.000).
DE OLHO NO PÓS-VENDA
Entre outros assuntos discutidos, se destacou a fidelização dos clientes no pós-venda e o estímulo a aprofundar ações. Uma delas é a pré-venda de serviços de manutenção, com bons descontos, já agregada às prestações do financiamento. Trata-se de um passo adiante às revisões a preço fixo existentes aqui. Nos EUA, concessionárias colocam cartazes comparando os preços de seus serviços, mais em conta do que nas redes de autocentros, nominadas uma a uma.
Outra iniciativa, ainda pouco aceita no Brasil, é a garantia estendida. O produto vem aumentando de interesse nos EUA, como forma de evitar que proprietários de veículo se afastem após o período de cobertura oferecido pelo fabricante. Só que se trata realmente de um seguro, sem vincular o motorista a uma concessionária e tem abrangência nacional. Essa cultura de atendimento desburocratizado e regras claras faz parte do ambiente de negócios americano.
Flavio Meneghetti, presidente da Fenabrave, considerou positivo que mais concessionários brasileiros, a cada ano, compareçam às conferências da Nada. A utilização das ferramentas de internet está no ápice e lá não faltam especialistas. Muitos desses recursos permanecem subutilizados no país.
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RODA VIVA
+ Embora os resultados de vendas em janeiro no mercado interno tenham sido recordes, os estoques voltaram a subir de 30 dias, em dezembro de 2011, para 36 dias, no mês passado. Dois indicadores continuam desconfortáveis: inadimplência de 5% (2,5%, em 2010) e índice de confiança do consumidor da FGV (menos quatro pontos). Queda dos importados foi maior pela antecipação de compras, antes do aumento do IPI.
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