A Kia inaugura seu novo logotipo no Brasil com a chegada de um produto inédito e muito esperado, o Stonic. O modelo é o primeiro SUV compacto do País com tecnologia híbrida vendido por aqui.

Com dimensões parecidas com as dos demais modelos da categoria, o Stonic se apoia no estilo jovial e na tecnologia híbrida para esconder alguns de seus defeitos.

Importado da Coreia do Sul, chega a R$ 149.990 e se torna o híbrido mais barato à venda no Brasil, desbancando o Corolla sedã desse título.

Mas o sistema híbrido leve com bom consumo, tanto na cidade quanto na estrada, é suficiente para fazer do Stonic um bom produto? É o que UOL Carros vai tentar mostrar.

Kia Stonic SX

Preço

R$ 149.990

USUÁRIOS

-

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Pontos Positivos

• Dirigibilidade
• Consumo

Pontos Negativos

• Equipamentos

Veredito

O Stonic apresenta a tecnologia híbrida aos clientes de uma maneira simples e fácil, sem medo da eletrificação, além de apelar a um ótimo consumo e à carroceria de SUV para poder ser o carro mais bem sucedido da Kia por aqui nos últimos anos. É verdade que peca na lista de equipamentos escolhida para o Brasil, mas ainda assim tem chance de fazer sucesso por aqui.

DESIGN E ESPAÇO INTERNO

Em termos de design, o Stonic tem uma pegada jovem e esportiva. O visual traz o já clássico "nariz de tigre", que é o desenho de grade que virou a linguagem visual de todos os carros da marca.

As linhas ficam ainda mais interessantes quando o comprador opta pelo teto pintado de outra cor, além de reforçar o aspecto de esportividade que o Stonic tem ao ser um SUV de menor altura em relação ao solo.

Por dentro, o Stonic tem muito plástico, mas texturizado e até partes com imitação de fibra de carbono, o que melhora o aspecto do interior do carro.

O espaço interno é bom para quatro pessoas, apesar de o túnel central para o quinto ocupante ser baixo, e o entre-eixos de 2,58 m é relativamente pequeno.

Como comparação, o Stonic sofre o mesmo que o Nivus, que tem um entre-eixos pequeno e, portanto, não é tão vantajoso para quem vai atrás.

O porta-malas tem 325 litros e consegue ter dimensões aceitáveis para o dia a dia ou uma viagem mais curta, mas não malas de quatro adultos para longos trajetos.

CONSUMO E DESEMPENHO

O conjunto do Stonic parece básico em números. Falamos de um motor 1.0 turbo, a gasolina, que rende 118 cv e 17,1 mkgf. Quando somamos o motor elétrico ao trem de força, combinados, eles rendem 120 cv e 20,4 mkgf.

Ele é um sistema híbrido leve, no qual o motor elétrico e a bateria de íons de lítio são pequenos, tanto no desenvolvimento de potência quanto na capacidade de armazenar energia, mas ajudam o suficientemente o carro a melhorar o consumo.

O conjunto motriz fica completo com a transmissão automatizada de dupla embreagens e sete velocidades e a tração é dianteira. E na prática esse conjunto trabalha muito bem para empurrar os 1.256 kg do Stonic.

Com três modos de condução possíveis: Eco, Normal e Sport, o Stonic muda sua personalidade conforme o modo acionado. No Sport, além de ficar com a resposta mais afiada, deixa também a direção mais precisa. O modo Eco deixa o carro com respostas mais travadas e funciona melhor no uso de cidade, no qual as velocidades são menores.

O ajuste de suspensões e resposta de direção é muito boa e tem uma pegada que agrada quem gosta de dirigir, mas consegue não comprometer o conforto, mesmo em nossas ruas e estradas não tão boas.

Em termos de consumo, a Kia declara que o Stonic é capaz de fazer 13,3 km/l na cidade e 13,2 km/l na estrada, mas durante nossa avaliação conseguimos, sem malabarismos e usando ar-condicionado, até 17 km/l no misto.

Além da tecnologia start-stop, que desliga o motor em pequenas paradas, o Stonic traz também a função "velejar", que desacopla o motor da transmissão quando está em velocidades na qual pode fazer isso para economizar combustível, acionando o motor novamente automaticamente quando exigido.

EQUIPAMENTOS

O pacote do Stonic é bem completo. São três modos de condução, ar-condicionado automático e digital, start-stop, ajuste de altura e distância do volante, computador de bordo com tela de TFT colorido, trio elétrico e chave presencial com partida por botão.

Há ainda central multimídia com conexão a Android Auto e Apple CarPlay, mas só por meio do cabo USB. A central funciona bem, mas para os padrões atuais, a tela de 8" é pequena.

Rodas de liga leve de 17", sensor de pressão nos pneus, câmera de ré e controle de velocidade convencional (piloto automático) e sensor de estacionamento traseiro.

Pelo valor, entre os itens que faltaram estão a regulagem elétrica dos encostos e também os faróis Full-LEDs, não apenas as luzes diurnas (DRLs) com essa tecnologia.

SEGURANÇA

Dentro dos itens direcionados à segurança, o Stonic traz seis airbags, alerta de uso do banco traseiro (feito para não esquecer crianças ou animais quando sair do carro) e assistente de partida em rampa - hill holder.

Há também controles de tração e de estabilidade, integrados e que podem ser desativados em baixas velocidades, sistema Isofix para fixação de cadeirinhas e desbloqueio automático das portas em caso de colisão, o que facilita o resgate por parte de forças policiais, se necessário.

Mas na faixa dos R$ 150 mil, sistemas como frenagem autônoma de emergência com alerta de colisão, leitor de faixa de rodagem e controle de velocidade adaptativo deveriam estar presentes.

MERCADO

O Kia Stonic chega ao mercado com um preço competitivo pelo que oferece. Com seu preço atual de R$ 150 mil ele é o carro híbrido mais "barato" à venda no Brasil, desbancando o Corolla Sedan.

Apesar da tecnologia híbrida e das vantagens que ela oferece, ele está em uma situação complicada devido ao seu preço, afinal, por esse valor, ele já encosta nas versões de entrada dos SUVs médios, que tem mais espaço interno e porta-malas.

Há, porém, espaço para um carro como o Stonic, especialmente quando se fala de eletrificação dos veículos com tanta força, e pode ser o caminho antes que pessoas procurem elétricos - como os que a Kia também promete oferecer no Brasil.