Os cordeiros, profissionais que seguram as cordas que cercam os trios elétricos, ganham entre R$ 80 e R$ 100 no Carnaval de Salvador. Eles são importantes para controlar o fluxo em volta dos veículos.
Quanto ganham os cordeiros
Cordeiros recebem, no mínimo, R$ 80 por diária no Carnaval. O valor foi regulamentado em acordo entre o Sindicato dos Trabalhadores Cordeiros da Bahia (Sindcorda) e os blocos que participam do evento, informou o jornal Correio em janeiro deste ano. A solicitação da classe era de R$ 150 por dia.
UOL confirmou que pagamentos chegam a R$ 100 por diária, variando conforme trio. Alguns profissionais "dobram o turno" trabalhando como segurança dos trios pela manhã, segundo os relatos de cordeiros que trabalharam no circuito Dodô neste ano. Eles recebem um lanche e garrafas de água durante o trabalho.
Maioria participa de apenas um trio elétrico por noite. No circuito Dodô, eles completam o trajeto de aproximadamente 4,5 km segurando as cordas, permitindo entrada somente dos funcionários e detentores das pulseiras e abadás do bloco. "Ficar à frente do veículo exige muita atenção e correria. Deixamos apenas quem trabalha no trio ficar naquele espaço", contou Gustavo Caldeira, 20.
Principal dificuldade dos cordeiros é evitar "penetras". "As pessoas querem entrar de qualquer jeito, e acabam entrando mesmo. Precisamos realmente tirar porque seguimos ordens. [...] O lado bom é que a gente se diverte", afirmou Rodrigo Pereira, 30.
Há quem trabalhe como cordeiro apenas pela experiência. Claudio Melo Santos, 52, veio ao circuito com a expectativa de conhecer a função, mas não gostou. "É um percurso muito longo para pouco dinheiro. Eu não volto no ano que vem. [...] Da próxima vez, venho apenas para curtir a minha pipoca."
15 mil cordeiros trabalharam durante o Carnaval de Salvador em 2024, segundo estimativa da Sindcorda. Contratos são regulamentados e possuem multa prevista entre R$ 12 mil a R$ 30 mil de acordo com cláusulas descumpridas, informou a Agência Brasil em fevereiro de 2023.
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