Gravuras e aquarelas de Debret viram fantasias no desfile da São Clemente
Homenageando os 200 anos da Escola de Belas Artes (EBA), a São Clemente fez bonito ao levar para a avenida obras de diversos pintores que marcaram a história da arte no Brasil.
Em especial, as gravuras e aquarelas de Jean-Baptiste Debret, que integrava a Missão Artística Francesa, precursora da EBA, e que foi responsável por registrar algumas das imagens mais conhecidas do Brasil colônia.
Vendedores de frutas e outros produtos saíram do papel para virar fantasias de alas, e a aquarela "Negra Tatuada Vendendo Cajus" (19827) estampou o traje da ala das baianas, que na parte de trás também reproduzia, em alto relevo, o casario do Rio de Janeiro. o segundo carro alegórico da São Clemente trouxe ainda várias cenas de suas obras de forma teatralizada.
Na sequência, a escola da zona sul do Rio ainda trouxe outros grandes representantes da arte nacional, como Cândido Portinari, Osvaldo Goeldi, Ismael Nery e Pedro Américo.
O final do enredo, como não poderia deixar de ser, enfoca o Carnaval. Afinal, da EBA saiu o carnavalesco que mudou a história dos desfiles das escolas de samba: Fernando Pamplona (que, por sinal, foi enredo da São Clemente em 2015). A amarela e preta homenageia o mestre e seus discípulos, que saíram da EBA para conquistar a Sapucaí.
“Essa é a parte que a academia se torna popular e que mostramos a importância da contribuição da Escola para o Carnaval brasileiro”, destaca o carnavalesco Jorge Silveira, também formado pela Escola de Belas Artes.
No fim do desfile, um componente teve que ser retirado do último carro alegórico para atendimento médico. A mulher aparentava fazer parte da velha guarda e a retirada foi feita rapidamente, sem atrapalhar a evolução da escola.
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