5 atitudes ruins que podem levar ao diabetes tipo 2

O diabetes é muito comum —afeta quase 17 milhões de pessoas no Brasil com idade entre 20 e 79 anos. O país é o quinto no ranking mundial, atrás apenas de Estados Unidos, China, Índia e Paquistão.

Mas muitas vezes essa doença é silenciosa. Quase metade das pessoas com o tipo mais comum dela, o tipo 2, nem sabe da presença da condição, e quando descobre pode ser tarde demais.

Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e a Sociedade Brasileira de Diabetes, um pâncreas em condições normais produz hormônios que regulam o nível de açúcar no sangue. Essa taxa varia quando se ingere um alimento, por exemplo.

Mas no caso do diabetes, o corpo se torna incapaz de controlar esses níveis de glicose no sangue, por não ter o suficiente ou não conseguir usar direito o hormônio que faz essa regulação, a insulina.

Isso leva a diversos desdobramentos problemáticos no corpo, como infecções frequentes, alteração visual (visão embaçada), dificuldade na cicatrização de feridas, formigamento nos pés e furúnculos.

Muito do crescimento dos casos de diabetes tipo 2 se deve ao estilo de vida ruim da população, pois diversos hábitos pouco saudáveis estão associados a um risco maior de desenvolver a doença, como o sedentarismo, a má alimentação e a falta de noites adequadas de sono.

Confira a seguir seis atitudes ruins que contribuem para o aparecimento do diabetes.

1. Exagerar no consumo de bebidas açucaradas

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Refrigerantes, sucos, chás e outras bebidas industrializadas estão repletas de açúcar, que leva ao ganho de peso e ao aumento da produção de insulina no organismo. Em longo prazo, isso faz com que o organismo desenvolva resistência ao hormônio, o que aumenta o risco de desenvolver diabetes tipo 2.

Até mesmo alguns sucos naturais merecem atenção e devem ser consumidos com moderação, pois em uma porção oferecem muito mais calorias e frutose do que a fruta in natura.

2. Dormir mal

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Não dormir o tempo suficiente (geralmente de seis a nove horas) ou ter uma noite de sono ruim (acordar várias vezes) afeta a produção de diversos hormônios, entre eles a grelina (responsável pelo apetite) e a leptina (da saciedade).

Isso leva a uma maior ingestão calórica durante o dia e até compulsão alimentar, o que favorece o ganho do peso —um importante fator de risco para o diabetes. Além disso, pesquisas mostram que apenas uma noite sem dormir já é capaz de afetar a capacidade do fígado de processar insulina.

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A apneia do sono, doença caracterizada por paradas respiratórias durante o sono, também pode aumentar o risco de desenvolver diabetes, por elevar o cortisol no organismo. Esse hormônio inibe a ação da insulina, fazendo com que o nível de glicose no sangue aumente.

3. Falta de exercícios físicos

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A prática regular de atividade física ajuda a controlar o nível de açúcar no sangue e melhora a ação da insulina nas células (diminuindo a resistência ao hormônio), assim como a de proteínas que transportam a glicose pelo corpo.

Além disso, fazer exercícios contribui para a redução de gordura corporal — é exatamente o tecido adiposo que produz hormônios que aumentam a resistência à insulina no organismo.

O treino regular ainda mantém ou aumenta a massa muscular, que também produz substâncias que regulam o metabolismo, em especial, da glicose.

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Um estudo publicado no periódico The New England Journal of Medicine avaliou a mudança de estilo de vida e prevenção de diabetes em indivíduos de risco. Os resultados mostraram a redução de cerca de 60% da incidência da doença em pessoas que adotaram uma vida mais saudável. E a perda de apenas de 7% do peso total, aliada à atividade física, foi considerada eficaz para prevenir o diabetes tipo 2 nessas pessoas.

4. Fumar

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Alguns estudos científicos, associam o hábito de fumar ao aumento no risco de ter diabetes tipo 2. Isso porque o cigarro libera no organismo várias substâncias tóxicas que provocam uma inflamação crônica e estimula o acúmulo de gordura visceral, estocada entre os órgãos da região do abdome e que está associada a diversos problemas metabólicos, como a resistência à insulina.

5. Excesso de carboidratos simples

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Doces, sorvetes, pizzas, massas e pães feitos com farinha de trigo branca, mel e açúcar de mesa são alguns dos alimentos ricos em carboidratos simples.

Ao ser ingerido, esse tipo de nutriente é rapidamente absorvido pelo corpo, o que gera um pico de glicose no sangue e estimula a secreção de insulina. Em excesso, isso pode levar ao desenvolvimento de diversas doenças e alterações metabólicas, como obesidade, hipertensão arterial, elevação do colesterol, resistência à insulina e diabetes tipo 2.

Vale ressaltar que você não precisa retirar o nutriente do menu. Basta preferir fontes de carboidratos complexos, como arroz integral, feijão, batata-doce, grão-de-bico, mandioquinha (batata-baroa), e consumir os carboidratos simples com moderação —preferencialmente, junto de proteínas e gorduras boas, que tornam mais lenta a absorção de açúcar e ajudam a reduzir picos de glicose no sangue.

Fontes: Antônio Geraldo da Silva, médico psiquiatra e presidente da APAL (Associação Psiquiátrica da América Latina); Clayton Macedo, especialista em medicina do esporte e do exercício; Daniel Inoue, médico pneumologista e especialista em medicina do sono; Eline de Almeida Soriano, médica nutróloga e membro da diretoria da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia); Fernando Chueire, médico nutrólogo e membro da diretoria da Abran; Luciana Palombini, médica pneumologista e pesquisadora do Instituto do Sono, em São Paulo; Maria Elizabeth Rossi da Silva, chefe da unidade de diabetes do serviço de endocrinologia e metabologia do Hospital das Clínicas da FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo); Paulo Roberto Correia, fisiologista do exercício e genética do esporte da Unifesp; Renato Zilli, médico endocrinologista; Rodrigo Moreira, presidente da Sbem; Rubens Antunes da Cruz Filho, professor da Faculdade de Medicina da UFF (Universidade Federal Fluminense); Tarissa Petry, endocrinologista do centro especializado em obesidade e diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo; e Yuri Busin, psicólogo e doutor em neurociência do comportamento pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e diretor do Casme (Centro de Atenção à Saúde Mental - Equilíbrio).

*Com informações de matérias publicadas em 23/03/2024 e 14/11/2022

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