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Bruna Marquezine 'desmaia' em brinquedo nos EUA; por que isso acontece?

Luiza Vidal

Do VivaBem*, em São Paulo

06/01/2022 16h27

Bruna Marquezine compartilhou um vídeo nas redes sociais, nesta quarta-feira (5), mostrando que não é muito fã de brinquedos radicais. Ao lado da amiga Sasha Meneghel, nos EUA, a atriz curtiu o brinquedo SlingShot, que é considerado o maior estilingue humano do mundo, e publicou no story do Instagram a sua reação.

Nos vídeos, Marquezine aparece ao lado de Sasha e demonstra não ter gostado tanto da experiência. Em dado momento, Bruna "passa mal" e "desmaia" por alguns segundos. Rapidamente, ela volta a rir e gritar com a amiga.

Nas redes sociais, esse instante em que a atriz "apaga" por poucos segundos já viralizou. A própria Bruna também brincou com o momento.

O que pode ter causado isso?

Segundo Leonel Takada, neurologista da ABN (Associação Brasileira de Neurologia) e do grupo de neurologia cognitiva e do comportamento do HC-FMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), o que provavelmente aconteceu com Bruna foi a síncope ou síndrome vasovagal.

"É quando a frequência dos batimentos cardíacos e/ou a pressão arterial caem de maneira inapropriada e causam perda de consciência", explica o médico.

Ainda de acordo com Takada, é o que muitas pessoas sentem quando fazem exame de sangue. A síncope também pode ser pior para algumas pessoas quando estão em ambientes fechados e quentes. Mas normalmente a sensação passa rapidamente.

"O ideal é que as pessoas sejam avaliadas por cardiologista para ver se não tem problemas cardíacos. E a orientação é evitar o desencadeador", diz o neurologista.

O que acontece com o organismo em brinquedos radicais?

Brinquedos de parque de diversões classificados na categoria "grandes emoções", como montanha-russa, elevadores que despencam, não são aconselhados a pessoas com alterações de pressão, problemas cardíacos ou motores, gestantes e outras situações que podem se agravar. A velocidade mais a adrenalina causam ainda uma "pane" que afeta vários órgãos e o cérebro.

Como o corpo nessas situações se movimenta bruscamente, o ritmo do coração e a circulação se desestabilizam. O cérebro, numa tentativa de fazer o organismo voltar ao normal, então induz ao desmaio, que também pode ocorrer quando o sangue não chega à cabeça.

Numa situação atípica, não recorrente, passar por isso não faz tão mal. Agora, se o episódio se repetir com frequência, cabe investigação médica, para evitar, por exemplo, infarto e AVC.

"Com o processo de aceleração e desaceleração, o cérebro também pode se movimentar dentro do crânio, pois eles não são colados, há um espaço com líquido, e o choque entre eles pode levar a rompimentos de pequenos vasos e formar desde hematomas a coágulos", afirma Júlio Barbosa Pereira, médico pela UFBA (Universidade Federal da Bahia) e neurocirurgião.

Outras complicações decorrentes da alta velocidade no organismo incluem náuseas, tontura, dor de cabeça, visão turva, traumas, pois ao desmaiar perdemos também o tônus muscular, o que facilita bater cabeça, membros ou se cortar.

Já ao extremo e prolongada, a aceleração pode, além de levar à perda de consciência, nos ferir internamente, romper com tecidos e veias de olhos e nariz, deslocar retina e pálpebras, asfixiar, causar inchaços, hipotermia e matar.

*Com informações de reportagem publicada no dia 16/12/2021.