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Não há estudo conclusivo sobre 3ª dose em vacinas contra covid, diz Anvisa

AstraZeneca recebeu autorização para estudo sobre nova versão da vacina buscando a imunização contra a variante Beta - Lennart Preiss/AFP
AstraZeneca recebeu autorização para estudo sobre nova versão da vacina buscando a imunização contra a variante Beta Imagem: Lennart Preiss/AFP

Do VivaBem, em São Paulo

15/07/2021 07h26Atualizada em 15/07/2021 09h00

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) afirmou, em nota divulgada em seu site, que não há estudos conclusivos sobre a necessidade de uma terceira dose ou dose de reforço para as vacinas contra a covid-19 em uso no Brasil.

A manifestação ocorreu após representantes do governo de São Paulo dizerem, nos últimos dias, que trabalham com o cenário de aplicação de doses de reforço em 2022. O secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, disse que anualmente será necessária uma dose adicional.

Em nota, a Anvisa disse que até o momento autorizou dois estudos para avaliar os efeitos de uma terceira dose: um da Pfizer e outro da AstraZeneca.

"A Anvisa vem acompanhando as discussões, as publicações e os dados apresentados sobre o surgimento de novas variantes do vírus Sars-CoV-2 e seu impacto na efetividade das vacinas. Até agora, todas as vacinas autorizadas no Brasil garantem proteção contra doença grave e morte, conforme os dados publicados", completa a nota.

Em entrevista à CNN Brasil, o gerente-geral de medicamentos da Anvisa, Gustavo Mendes, disse que os estudos são fundamentais para que a Anvisa delibere sobre o assunto.

"Na perspectiva da Anvisa, o que a gente quer é que tenha uma dose de reforço se necessária e no tempo correto. Por isso que os estudos são muito importantes, para a gente saber exatamente é com seis meses, é com um ano, qual a periodicidade ideal, se vai precisar de atualização de cepa, isso acontece muito, por exemplo, com o vírus da gripe em que a gente atualiza as vacinas todo ano. Isso que vai ser decidido ao longo dos estudos que vão acontecendo depende de dados", disse.

"No momento a gente ainda está acompanhando os estudos em andamento para tomar essas decisões. É importante ficar claro que o reforço ou a vacinação posterior pode acontecer com a mesma vacina ou com uma vacina diferente, isso também depende de estudos. O que a gente quer ao final é manter o nível de anticorpo neutralizante, que é aquele que vai inibir o vírus, constante na pessoa. Por isso estudos são fundamentais", completou.

Estudos autorizados

Segundo a Anvisa, o estudo solicitado pela Pfizer/BioNTech investiga os efeitos, a segurança e o benefício de uma dose de reforço da sua vacina. Na pesquisa, autorizada no dia 18 de junho, a dose de reforço do imunizante será aplicada em pessoas que completaram o esquema vacinal há pelo menos seis meses.

Já o estudo da AstraZeneca, autorizado ontem, prevê testes para uma segunda versão da vacina que está em uso no país, buscando a imunização contra a variante Beta, identificada primeiro na África do Sul.

"Um dos braços do estudo prevê que uma dose da nova versão da vacina (AZD 2816) será aplicada em pessoas que foram vacinadas com duas doses da versão atual da AstraZeneca (AZD1222) ou duas doses de uma vacina de RNA mensageiro (RNAm) contra Covid-19. Nesse caso, o estudo prevê que essa dose adicional será aplicada em pessoas cujo exame e monitoramento não identificam a produção de anticorpos capazes de atuar contra o novo coronavírus", explica a Anvisa.