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Falta CoronaVac para segunda dose em postos de São Paulo

Na UBS Vila Praia, zona sul de São Paulo, não há CoronaVac; a orientação a quem procura é voltar no dia seguinte - Lucas Borges Teixeira/UOL
Na UBS Vila Praia, zona sul de São Paulo, não há CoronaVac; a orientação a quem procura é voltar no dia seguinte Imagem: Lucas Borges Teixeira/UOL

Lucas Borges Teixeira

Do UOL, em São Paulo

29/06/2021 17h49

"CoronaVac não tem", avisa a agente de saúde à porta da UBS (Unidade Básica de Saúde) Jardim das Palmas, na região do Morumbi, zona oeste de São Paulo, a quem pretendia tomar a segunda dose hoje. Postos de vacinação de diferentes regiões estão sem a vacina do Instituto Butantan para completar a imunização de quem tomou a primeira dose no início do mês.

Entre ontem e hoje, o UOL registrou a falta em pelo menos cinco locais da capital —no centro e nas zonas sul e oeste. A prefeitura afirma que tem o contingente necessário e há remanejo das doses quando a falta é indicada. Mas a reportagem ouviu relatos de postos que não têm a vacina desde a semana passada.

Com a paralisação da vacinação na terça-feira passada (22), a cidade usou emergencialmente parte do contingente de CoronaVac reservado para segunda dose com a primeira e o estado disse ter garantido reposição. Novas doses do imunizante desembarcam hoje no Brasil, segundo o governo paulista.

Carlos Eduardo, 43, tinha a segunda dose programada para a última sexta (25), mas foi informado que a UBS Jardim das Palmas estava sem o imunizante. Ele voltou hoje, sem sucesso.

"E aí, como a gente faz? Vou ficar voltando todo dia? Falaram para telefonar, mas não tinha a história que a dose ficava guardada?", reclamou. Ele se vacinou pelo grupo de comorbidades e disse que o principal medo era que a primeira dose "perdesse o efeito".

Situação semelhante é a da UBS Vila da Praia, na Vila Andrade, na zona sul. Apenas com doses de AstraZeneca, a sugestão a quem procura a segunda dose tem sido voltar no dia seguinte.

Prefeitura diz remanejar doses

A SMS (Secretaria Municipal de Saúde) afirmou que tem as doses do imunizante do Butantan e que "está realizando remanejos" para os locais que ficam sem estoque. Na UBS Nossa Senhora do Brasil - Armando de Arienzo, na Bela Vista, região central, as doses haviam acabado no fim da tarde de ontem, mas foram respostas hoje.

Em outros casos, não é bem assim. No ponto de vacinação da escola Celso Leite Ribeiro Filho, no centro, o imunizante acabou ontem pela manhã e não houve reabastecimento até a tarde de hoje.

"Em caso de ausência do imunizante CoronaVac para segunda dose, a UBS se prontifica a ligar para avisar sobre a chegada de novas doses para que a vacinação seja efetivada", informou a pasta.

Nas UBSs, a recomendação, no entanto, tem sido outra: procure outro posto ou volte no dia seguinte. A dica tem sido chegar pela manhã, caso haja reabastecimento, "para garantir". Ligar para checar também é uma opção.

"O município dispõe de doses em suas UBSs para o público elegível", garante a SMS. Nesta terça, a capital recebeu o repasse de 264 mil doses de AstraZeneca.

Nesta semana, estão previstas chegar ainda doses da CoronaVac, que desembarcam hoje em Guarulhos, da Pfizer e da Janssen, que já estão com o Ministério da Saúde.

Recomendação é não aumentar o intervalo

No Brasil, a indicação para tomar a segunda dose de CoronaVac é de 21 a 28 dias, de acordo com o Ministério da Saúde. Segundo o infectologista Evaldo Stanislau, do Hospital das Clínicas de São Paulo, atrasar um pouco esta janela não é recomendado, mas também não deve ter uma interferência tão grande. O ideal é que as duas doses estejam garantidas.

"De forma geral devemos obedecer o intervalo oficial. Porém, a segunda dose é um reforço que amplia potência e durabilidade da resposta induzida pela primeira dose. O atraso não deve interferir", afirma o infectologista.

Ele ressalta que "não deve haver atraso e a vacinação tem de ser completa" para que a pessoa esteja realmente protegida. "Essa é a regra, sobretudo com a iminente chegada da variante Delta", lembra Stanislau.