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Covid: adiar 2ª dose de vacina pode atrasar imunidade coletiva, diz estudo

17.fev.2021 - Profissional da saúde recebe dose da vacina no Japão - Kazuhiro Nogi/AFP
17.fev.2021 - Profissional da saúde recebe dose da vacina no Japão Imagem: Kazuhiro Nogi/AFP

Do VivaBem, em São Paulo

12/03/2021 16h51

Adiar a segunda dose da vacina contra covid-19, como alguns países já estão fazendo, deve ajudar a reduzir o número de casos em um período curto. Mas isso também pode causar um atraso na imunidade coletiva a longo prazo, segundo um estudo publicado na Science nesta terça-feira (9).

Para realizar o estudo, os pesquisadores elaboraram um modelo simples para projetar a incidência de casos de covid-19, o grau de imunidade da população, sob uma variedade de regimes de dosagem de vacinas e hipóteses relacionadas às respostas imunológicas.

"De forma mais otimista, descobrimos que, à medida que a capacidade da vacina cresce, aumentar as taxas de vacinação ou alterar o regime de dosagem para ficar mais próximo do esquema de duas doses pode mitigar os efeitos epidemiológicos de longo prazo — o que é importante para o planejamento na saúde pública", disse uma das autoras do estudo Caroline Wagner, em comunicado.

Os principais resultados do estudo

Os pesquisadores descobriram que as estratégias de dose única das vacinas podem, como esperado, reduzir o número de casos em curto prazo, imunizando mais rapidamente um maior número de pessoas. No entanto, se as respostas imunológicas após uma dose forem menos robustas, os picos epidêmicos subsequentes podem ser maiores.

Outro resultado importante associado a respostas imunes imperfeitas é o "potencial de escape imune viral". Essa teoria citada no estudo prevê que, por conta de pessoas com imunidade parcial, pode ocorrer uma evolução do vírus.

Este achado enfatiza que taxas muito baixas de administração de vacinas podem estar associadas a um maior número de casos e, possivelmente, a um potencial mais elevado de adaptação viral.

Por que este estudo é importante?

Os pesquisadores explicam que esses achados auxiliam nas ações de saúde pública voltadas à vacinação. Inclusive, eles pedem que as autoridades sigam com as orientações de aplicar duas doses da vacina para evitar os picos da doença, assim como a evolução do vírus.

Um dos autores do estudo explica que os achados "enfatizam fortemente a importância da distribuição global equitativa da vacina, já que o escape imunológico em um local se espalhará rapidamente".