89% dos médicos acham que Brasil terá 2ª onda de covid-19, mostra pesquisa
A APM (Associação Paulista de Medicina) divulgou hoje (7) o resultado de uma pesquisa apontando os inúmeros problemas que os profissionais de saúde vêm enfrentando na pandemia do novo coronavírus. Segundo o levantamento, 89% dos médicos entrevistados acreditam que o Brasil vivenciará uma segunda onda de covid-19.
Ao todo, foram entrevistados 1.984 profissionais do país inteiro. E desses, mais da metade trabalham em hospitais ou unidades de saúde que atendem pacientes com covid-19. No entanto, apenas 28% acreditam estar plenamente capacitados para atender os casos da doença, e 72% admitem não estar preparados para estar na linha de frente no combate à pandemia.
Dentre os principais argumentos citados por 59% dos entrevistados está o alto índice de estresse e a falta de estrutura para atuação na linha de frente. Isto é, faltam profissionais, equipamentos, máscaras, álcool em gel, luvas, óculos, e vários outros tipos de insumos extremamente necessários para o trabalho.
Segundo a pesquisa, 76% dos médicos atendem, em média, até 20 ou mais pacientes com suspeita ou confirmação de covid-19, além dos pacientes comuns, que não estão infectados.
O dia a dia nos hospitais têm feito com que os médicos desenvolvam quadros de ansiedades e exaustão física e emocional, revelou a pesquisa. Eles também relatam a falta de treinamentos ou programas de capacitação, além de um claro temor em contrair a doença.
Diversos fatores prejudicam o trabalho
As fake news têm prejudicado, e muito, o trabalho dos médicos. Eles acreditam que a disseminação das notícias falsas é o principal motivo para boa parte da população desacreditar da gravidade da pandemia e não seguir as orientações de isolamento social e higiene.
Outro fator prejudicial no trabalho de combate à pandemia, segundo a pesquisa, é a violência sofrida por alguns profissionais. Os números revelam que 37% dos entrevistados já presenciaram algum tipo de agressão a médicos ou outros profissionais de saúde.
Por fim, cerca de 45% dos entrevistados acreditam, ainda, que há subnotificação nos dados divulgados pelo Ministério da Saúde. Isto é, o número divulgado é menor do que a realidade. Há também aqueles que dizem que até o número de mortes está subnotificado.
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