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Proteína encontrada em veneno de escorpião ajuda na retirada de tumores

fikretozk/iStock
Imagem: fikretozk/iStock

Do UOL VivaBem, em São Paulo

25/05/2019 11h00

Escorpiões dão medo e encontrar um deles em casa nunca é um bom sinal. Entretanto, eles vêm ajudando dentro dos laboratórios. Cientistas descobriram que o veneno desses animais tem uma proteína que pode ser muito útil na retirada de tumores cerebrais.

Durante uma cirurgia, nem sempre é fácil identificar quais células são saudáveis e quais fazem parte do tumor. Em busca de uma nova forma de distinguí-las, pesquisadores do Hospital Cedars-Sinai, em Los Angeles, desenvolveram uma câmera especial que atua junto com uma molécula fluorescente e "ilumina" as partes que não são saudáveis. As descobertas foram publicadas no jornal Neurosurgery.

Essa molécula é chamada de agente tozuleristide, ou BLZ-100, e contém a versão sintética de uma proteína encontrada no veneno do escorpião junto a uma tinta fluorescente. Esse elemento se liga às células do tumor e, quando visualizado por essa espécie de câmera, as destaca das demais.

"Com essa fluorescência, você enxerga o tumor com muito mais clareza porque acende como uma árvore de Natal", afirmou ao site do hospital Adam Mamelak, autor da pesquisa.

O estudo é importante para a remoção de tumores do tipo gliomas, que correspondem a um terço dos que atingem o cérebro. Eles se formam no tecido cerebral como tentáculos, tornando muito difícil a diferenciação das partes saudáveis. Assim, a capacidade do cirurgião é ainda mais importante.

Como a pesquisa foi feita

Os cientistas aplicaram doses variadas do agente BLZ-100 em 17 pacientes com tumores cerebrais
Quando submetidos a cirurgias, os gliomas da maioria destes pacientes fluoresceu
Após acompanhar por um mês, os pesquisadores constataram que nenhum dos participantes apresentou reações indesejadas ao agente injetado

A nova técnica se mostrou segura, mas ainda precisa passar por mais testes para ser aprovada e usada pelos médicos. O próximo passo é refinar essa câmera para que ela seja mais adequada a estas operações.

Apesar de ser testada apenas com um tipo de tumor cerebral, obter maior precisão cirúrgica na retirada destas células é uma demanda de outras especialidades. "A técnica deste estudo é uma grande promessa não apenas para os tumores cerebrais, mas para muitos outros tipos de câncer nos quais precisamos identificar os limites", explicou Keith Black, do departamento de Neurocirurgia do Hospital.

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