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Conheça os alimentos que aumentam a inflamação do organismo

Carne vermelha é um dos alimentos inflamatórios mais famosos e deve ser consumida com moderação - GETTY IMAGES
Carne vermelha é um dos alimentos inflamatórios mais famosos e deve ser consumida com moderação Imagem: GETTY IMAGES

Chloé Pinheiro

Colaboração para o VivaBem

07/08/2018 04h00

De uns tempos para cá, a relação entre o que comemos e a inflamação passou a ser mais conhecida. “A qualidade da dieta e até a quantidade de comida que a pessoa come influenciam no surgimento de inflamações no organismo”, aponta Márcio Mancini, endocrinologista membro da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia).

Mas afinal, o que é essa tal inflamação de que os profissionais de saúde estão sempre falando? É um processo que normalmente serve como defesa do organismo a agentes considerados inimigos, mas que em excesso leva ao desenvolvimento de diversos problemas, principalmente metabólicos (como diabetes e doenças cardiovasculares).

A relação entre a inflamação e o prato ganhou tanta fama que existe até um cálculo para estabelecer o fator inflamatório de cada alimento, mas atenção: há ressalvas quanto ao uso deste método com o objetivo de prevenir doenças. “Precisamos de mais trabalhos para que se relacione esse índice com biomarcadores inflamatórios”, aponta Lara Natacci, da Câmara Técnica do Conselho Regional de Nutricionistas da 3ª Região SP-MS (CRN-3).

Com isso em mente, apresentamos abaixo alguns alimentos que estão relacionados com o aumento de inflamações. Mas já adiantamos que não dá para apenas para riscá-los do seu dia a dia. “A ideia é que a dieta seja equilibrada e não apenas apontar um ingrediente como vilão”, desta Mancini. “O problema é as pessoas comem tudo em excesso e têm comportamento sedentário, ou seja, uma junção de fatores negativos”, complementa.

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    1. Carne vermelha

    Os amantes de um bom bife vivem rebatendo as alegações de malefícios, mas eles existem sim quando há exagero no consumo. “Ela possui aminoácidos que, se ingeridos em excesso, fazem com que o fígado produza uma substância que leva a inflamação nas artérias”, explica Márcio. Isso pode favorecer o aparecimento de doenças cardiovasculares, como a hipertensão.

    Outro problema deste item é o alto teor de gordura saturada, principalmente nos cortes mais gordurosos. Esse tipo de gordura provoca uma resposta inflamatória do corpo. “O organismo vê aquilo como uma agressão e produz substâncias de defesa, como as interleucinas”, explica Lara. Só que os níveis altos e constantes destas moléculas fazem com que elas deixem de ter efeito protetor e passem a favorecer o ganho de peso e outros prejuízos.

    2. Bolacha recheada, sorvetes industrializados e companhia

    Parte da má fama desses alimentos - conhecidos como ultraprocessados, vem das gorduras trans que eles contêm, identificadas no rótulo como "gordura vegetal hidrogenada" ou "parcialmente hidrogenada". O consumo delas não deve ultrapassar 2 g por dia. “Elas têm ação semelhante à da gordura saturada, favorecendo a inflamação das artérias”, aponta Mancini.

    3. Doces no geral

    Aqui a preocupação é o açúcar em excesso, em especial o que vem das bebidas açucaradas, devido a pequena quantidade de fibras que esses itens possuem. Quando não há fibras para tornar a absorção do açúcar mais lenta, ele é liberado de uma vez na corrente sanguínea, o que acaba provocando um processo inflamatório dentro das células, relacionado também à resistência à insulina, processo em que os tecidos precisam de mais deste hormônio para colocar o açúcar dentro das células. Sem contar que a doçura exagerada não faz bem ao intestino. “Ela pode também provocar uma inflamação local no intestino, que abre as portas para outras substâncias nocivas que aumentam a resposta inflamatória no resto do organismo”, descreve Jacqueline Moniz Anversa, nutricionista da Clínica Dra. Maria Fernanda Barca.

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    Itens que fazem bem

    Há um grupo de nutrientes que têm ação anti-inflamatória. Salmão e sardinha, assim como outros peixes, são fontes de ômega-3. “Quando temos um índice alto deste tipo de gordura nas células, há uma redução das substâncias inflamatórias”, indica Lara Natacci.

    Efeito semelhante têm as fibras dos carboidratos complexos (como as raízes e arroz e farinha integrais), frutas e verduras que, ao serem processadas pelas bactérias do intestino, produzem ácidos graxos de cadeia curta, moléculas que regulam o sistema imune. 

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