Deficiência de iodo pode prejudicar fertilidade de mulheres
Mulheres que têm deficiência de iodo podem ter dificuldade para engravidar, segundo um estudo publicado em fevereiro no periódico Jama.
Realizado por pesquisadores do instituto americano NICHD (Eunice Kennedy Shriver National Institute of Child Health and Human Development), o estudo acompanhou 467 mulheres que estavam tentando engravidar entre 2005 e 2009. Ao fazer exames de urina nas voluntárias, os cientistas descobriram que as mulheres com deficiência de iodo tinham 46% menos chances de engravidarem do que aquelas com níveis normais.
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De acordo com Rita Weiss, presidente do Departamento de Endocrinologia Feminina e Andrologia da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), o iodo é captado exclusivamente pela glândula da tireoide e é necessário para formação dos hormônios tireoidianos: triiodotironina (3 moléculas de iodo, conhecido como T3) e tetraiodo tironina (4 moléculas de iodo, conhecido como T4). Esses hormônios são um dos responsáveis pela regulamentação do metabolismo no corpo.
Mas a tireoide também tem papel importante na gestação, favorecendo a fecundação e ajudando a segurar o embrião no útero, segundo Marcio Coslovsky, diretor da Clínica Primordia e membro da SBRA (Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida) e da ESHRE (Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia).
É muito comum a tireoide precisar de mais iodo para funcionar nessa fase da vida, porque a glândula precisa fabricar hormônio tanto para a mãe quanto para o bebê. Os baixos níveis de iodo causam hipotireoidismo, que, além do aborto espontâneo e da infertilidade, pode causar hemorragia pós-parto, anemia, hipertensão, descolamento de placenta e até problemas no desenvolvimento dos neurônios do feto.
“Nossas descobertas sugerem que as mulheres que estão tentando engravidar podem precisar de mais iodo”, disse James L. Mills, o autor principal do estudo. “As demandas de iodo aumentam durante a gravidez e o feto depende desse mineral para fazer o hormônio da tireoide e garantir desenvolvimento cerebral normal.”
Segundo Rita Weiss, a OMS (Organização Mundial de Saúde) sugere uma ingestão diária de 150 mcg de iodo em pessoas normais. “Já em gestantes e lactantes, essa ingestão diária seria de 250 mcg. Alguns países colocam iodeto de potássio para suplementação.” Esses níveis, no entanto, só podem ser medidos pela urina, por isso é importante a gestante e seu médico checarem se é necessário o uso de suplementação.
No Brasil, por exemplo, o sal é iodado para permitir que a quantidade adequada do mineral seja ingerida numa dieta equilibrada, de modo que a tireoide possa fabricar os hormônios adequadamente.
De qualquer forma, os autores do estudo sugerem que mais pesquisas são necessárias para determinar se o maior consumo de iodo deveria ser recomendado. Além disso, não há um consenso se toda mulher deve fazer exame da tireoide antes de engravidar. No Brasil, por exemplo, apenas mulheres com alto risco para o hipotireoidismo devem realizar o exame.
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