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FMI: Índice de trabalho informal atrapalha distanciamento na América Latina

Com muitos trabalhadores informais nas ruas, medidas de isolamento perdem a eficácia, diz FMI - Lola Ferreira/Gênero e Número
Com muitos trabalhadores informais nas ruas, medidas de isolamento perdem a eficácia, diz FMI Imagem: Lola Ferreira/Gênero e Número

14/06/2021 20h04

Washington, 14 Jun 2021 (AFP) - O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou nesta segunda-feira (14) que a pandemia da covid-19 tem deixado várias lições à América Latina, que continua registrando um alto número de mortes diárias, apesar das restrições precoces e rigorosas à circulação como forma de diminuir a propagação do vírus.

De acordo com os economistas, os altos percentuais de trabalho no setor informal e os baixos níveis de capacidade institucional, "duas características sintomáticas na América Latina", podem explicar essa situação.

"Quanto maior o nível de informalidade, menor o impacto dos confinamentos na taxa de aumento de novas mortes", observaram Bas Bakker e Carlos Gonçalves na postagem de um blog.

"Os confinamentos geraram melhores resultados em países com maiores medidas de eficácia governamental, possivelmente porque se trata de um barômetro da qualidade do sistema de saúde", acrescentaram.

Outro fator para medir a eficácia das medidas restritivas é o momento em que são decididas, apontaram ao divulgar um estudo do FMI sobre o alto custo de vidas e meios de subsistência que a pandemia representou para a América Latina.

"Decretar um confinamento muito tarde pode causar um aumento acentuado na taxa de mortalidade, mas decretá-lo muito cedo pode não ser sustentável", alertaram.

Além disso, "aumentar a mobilidade ajuda a economia, mas se for feito muito rapidamente pode levar a uma segunda onda".

De acordo com especialistas do FMI, o nível "seguro" de rigor nos confinamentos depende da porcentagem da população que permanece suscetível ao vírus. Assim, quanto maior a proporção da população vacinada, mais o rigor das medidas pode ser reduzido.

"Os países com maior risco de uma explosão de novas mortes não são aqueles onde o número total de mortos já é muito alto, mas aqueles onde o número total de mortos permanece baixo e poucos foram vacinados", observa o estudo.

Na hora de impor ou reduzir as restrições, a estação do ano também deve ser levada em consideração, segundo o relatório.

"Um alto nível de mobilidade durante os meses de verão pode ser consistente com um baixo nível de casos. Mas manter o mesmo nível de mobilidade com a aproximação do inverno pode levar a um aumento acentuado de casos", ressaltam.

O FMI destacou que a América Latina evitou as explosões da segunda onda da pandemia que os Estados Unidos e a Europa sofreram no final de 2020 e início de 2021, isso devido à mobilidade não ter aumentado tanto, a proporção da população ainda suscetível ser menor e porque era verão no hemisfério sul.

"Mas com o inverno se aproximando e novas variantes mais virulentas, estamos vendo novas ondas em muitos países (latino-americanos). Uma vacinação muito mais rápida será a chave para deter a pandemia", enfatizou o estudo.