A sétima edição do Universa Talks reuniu atrizes, empreendedoras, influenciadoras, ativistas e jornalistas, dentre outras mulheres especialíssimas, para discutir paixões. Durante mais de 4 horas, elas debateram sobre os desejos que nos movem no amor, no sexo, nas amizades e no trabalho. A programação contou com gravações ao vivo dos programas de Universa. Confira, a seguir, os melhores momentos do evento, ocorrido no dia 24 de junho, em São Paulo:

O programa "Sem Filtro" apresentou dados de uma pesquisa inédita sobre saúde, tecnologia e como esses temas se relacionam com a vida sexual das mulheres. O levantamento foi feito em parceria com a Tech4Sex, plataforma de conteúdo, pesquisas e tendências para o bem-estar sexual.

A pesquisa "Prazeres Universa + Tech4Sex" entrevistou 1.000 mulheres com mais de 18 anos de todas as regiões do Brasil, variados níveis escolares e diferentes orientações sexuais, raças e contextos familiares entre os dias 26 de maio e 1º de junho de 2023. As entrevistas foram feitas pela internet.

Para debater os dados da pesquisa, as apresentadoras Camila Brandalise e Cris Guterres receberam a empresária Lídia Cabral, fundadora da Tech4Sex, e a diretora de marketing Mayumi Sato, da Sexlog, a maior rede social de sexo do Brasil.

A pesquisa revelou que 56% das brasileiras estão insatisfeitas com a vida sexual. Para 70%, uma vida sexual ativa tem tudo a ver com ser feliz. Para 65% delas, a autoestima também melhora após transar. Mais da metade (52%) percebe que o sexo influencia positivamente no trabalho, já que aumenta foco, energia e produtividade, bem como melhora a saúde mental (39,5%).

Durante o Sismance Talk, a atriz, palestrante e escritora Julia Faria emocionou a plateia com seus relatos sobre a amizade com a atriz Thaila Ayala —mais especificamente, sobre o momento em que as duas, melhores amigas, enfrentaram um rompimento.

Levei para a terapia, esvaziei lá. Doeu muito em mim. Foi dor de término de relação mesmo. Julia Faria

As amigas têm juntas um podcast sobre maternidade.

"Sismance" é considerada a versão feminina do "bromance" — a amizade forte entre dois homens, combinação das palavras "brother" (irmão) e "romance", do inglês. No caso, seria o romance entre "sisters" (irmãs).

"Brinco com a Thaila que quando estou afundada numa questão a gente faz um Facetime para alinhar o tamanho do meu problema", conta. "Quando estou lá dentro, no meio do furacão, é ela quem analisa o meu turbilhão de fora e me dá uma perspectiva do tamanho real da situação", contou.

Julia afirmou que vive relações de amor com as amigas desde a infância. "Usei muito na adolescência o BFF [best friends forever, ou melhores amigas para sempre, em inglês], agora a sismance. São expressões para falar da amizade feminina; mas, acima de tudo, são celebrações públicas de amor, paixão, de amizade entre duas mulheres depois de a gente passar uma vida sendo condicionada a competir e rivalizar umas com as outras", disse.

Ícone de beleza no Brasil há décadas, Luiza Brunet reuniu uma plateia de fãs ávidas para ouvir a ex-modelo e ativista falar sobre saúde, sexualidade e autoestima.

Ela afirmou que nunca que se sentiu tão jovial quanto agora, aos 61. "É o que acontece quando a mulher é ativa, tem autoestima, se cuida e não liga para o número da idade", disse, sob aplausos.

Ela revelou detestar fazer aniversário, mas diz que está em seu melhor momento corporal e emocional.

Minha pele está maravilhosa, sou muito vaidosa. Me acho mesmo. Luiza Brunet

A ex-modelo e ativista contou que usa vibradores e gosta de se sentir sensual. "Não estou em nenhum relacionamento amoroso. Mas gosto de lingerie, comprar produtinhos que fazem faz brotar a sexualidade, não quero que ela caia nunca", disse.

Convidada do videocast de Universa apresentado por Tati Bernardi, a atriz Naruna Costa explicou como começou a misturar teatro e política em seus projetos.

A decisão foi tomada após entrar na USP (Universidade de São Paulo) e ver poucas pessoas negras na faculdade.

Minha trajetória mudou quando me dei conta de que não via nenhuma mulher igual a mim ali. Isso me fez ter vontade de usar o teatro de forma mais política. Naruna Costa

Ela também comentou a perda do marido, Mário Pazini Jr., vítima de câncer em 2014, quando Naruna tinha 31 anos. O relacionamento dos dois durou 11 anos.

"Quando ele morreu, morri junto. Nasceu em mim uma carcaça de que eu ia conseguir dar conta da vida. Fui desapegando de tudo que me ligava ao astral, ao amor, perdi fé e minha alma foi adoecendo."

Naruna contou como conheceu o atual namorado, Washington Gabriel. "Estou vivendo outra história bonita. Ele é um companheiro imenso."

Durante o painel em que se debateu a sexualidade após a maternidade, a jornalista e apresentadora Rafa Brites, mãe de duas crianças —Rocco, 6, e Leon, 1—, recomendou às mulheres que fossem transar no motel.

"Em casa até dá para transar, você tranca uma porta, tranca outra porta. Mas não quer fazer barulho. Você não consegue se soltar tanto", disse.

Motel tem o clima da putaria, já dá um negocinho. Rafa Brites

A apresentadora também contou sobre a falta de vontade de transar durante as gestações. "Quando engatava, sempre ficava com receio. Sei que algumas mulheres curtem muito, mas, para mim, foi mais ou menos. E para o meu parceiro também", disse.

Ela afirmou ter ficado com a libido baixa até depois do puerpério. Contou que, no período em que ela e o marido transavam menos, percebeu não ser apenas o sexo o sustentáculo do casamento. "O amor é composto de muitos fragmentos; escolher dormir também é amor, escolher virar a noite e sair também é amor".

No episódio do "Sexoterapia", videocast de Universa gravado ao vivo no Universa Talks, Bárbara dos Anjos e Ana Canosa receberam a atriz Fernanda Nobre para conversar sobre amor e paixão e as loucuras feitas em nome desses sentimentos.

"Enquanto a paixão é explosiva, o amor nos solicita promover o bem-estar do outro e nosso", disse a sexóloga Ana Canosa. "Durante a paixão, desenvolvemos sintomas que nos tiram do eixo, nos deixam loucos. Somos capazes de fazer coisas que condenamos só para manter esse estado de euforia."

Fernanda Nobre comentou sobre a diferença entre homens e mulheres ao viver a experiência da paixão. "Cada um compreende de uma maneira. Mas uma coisa o amor romântico trouxe para as mulheres: a certeza de que nós, mulheres, precisamos do amor para nos sentirmos plenas e integradas em nós mesmas."

Uma mulher sozinha é vista como fracassada, o que é triste, porque os homens não têm essa relação identitária com o amor. Fernanda Nobre

A atriz completou que "a sociedade vê a solteira como se faltasse algo, como se estivesse condenada à tristeza."

"Até hoje lido com altos e baixos na autoestima, principalmente quando estou rolando meu feed do Instagram", contou a modelo Rita Carreira.

Ela encerrou a programação do evento e contou quais são suas estratégias para lidar com os possíveis impactos negativos das redes sociais. Colocar uma foto sua ainda criança em um local visível, como na tela de proteção do celular, é uma delas.

Temos que nos apegar à nossa essência. Rita Carreira

Rita Carreira revelou que está focada, agora, em investir na carreira internacional. Recentemente, ela desfilou para a marca Carolina Herrera. "Já fiz tudo o que tinha para fazer no Brasil."

Durante o evento, a astróloga do UOL Titi Vidal recebeu pequenos grupos para explicar como os planetas influenciam a maneira como lidamos com as paixões. Os participantes calcularam a atuação de Sol, Lua, Vênus e Marte em seus mapas e tiraram dúvidas com a própria Titi.

Universa Talks também contou com rodadas de conversas com empreendedoras de sucesso. Participaram das mentorias Emily Ewell, CEO da Pantys; Raquel Virginia,CEO da Inhaí; Egnalda Côrtes, CEO da Côrtes e Companhia; Karen Santos, CEO da UX para Minas Pretas; Fayda Belo, advogada e criadora de conteúdo; e Camila Gentile, CEO da Exclusiva Sex.

Um dos espaços mais disputados do Pocket Show —onde ocorreu a sétima edição do Universa Talks— foi aquele dedicado a abrigar uma mostra sobre a história dos vibradores. A exposição contemplou a evolução do aparelho desde os primeiros dildos, no século 2, até os sugadores de clitóris, queridinhos dos tempos atuais.