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Brigitte Macron diz que prefere 'ser esposa do presidente a primeira-dama'

Presidente da França, Emmanuel Macron, e a esposa Brigitte Macron - Ludovic Marin/ AFP
Presidente da França, Emmanuel Macron, e a esposa Brigitte Macron Imagem: Ludovic Marin/ AFP

10/07/2020 13h36

Brigitte Macron, 67 anos, raramente concede entrevistas à imprensa francesa. Sua diferença de idade em relação ao presidente, quase 25 anos mais novo, suscitou curiosidade e muitos comentários maldosos durante a campanha e o mandato do chefe de Estado - inclusive da parte do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro. Essa desconfiança em relação à mídia e às redes sociais não é, dessa forma, de se estranhar.

Em entrevista à rádio francesa France Info, a ex-professora de francês recusa o título de primeira-dama e disse que prefere ser a esposa do presidente francês Emmanuel Macron.

"Tento honrar essa função que recaiu sobre mim, mas, se eu quisesse, talvez pudesse ter continuado a ensinar (Brigitte Macron era professora de francês no ensino privado). Minha posição é complicada porque todos os olhares sempre estão voltados para mim. É uma responsabilidade enorme. Tudo o que eu digo pode afetar o chefe de Estado", declara.

Representar a França é um trabalho em tempo integral, disse Brigitte à rádio France Info. Cada viagem do casal, principalmente as internacionais, inclui uma ampla pesquisa sobre o protocolo e a cultura do país visitado. Cancelamentos de última hora também são complicados.

Ela contou, por exemplo, que não pôde ir ao Reino Unido com Macron no dia 18 de junho porque precisou operar o olho de última hora. Por isso, precisou ligar pessoalmente para a princesa Camilla, esposa do príncipe Charles, para dizer que não poderia estar presente, evitando assim um incidente diplomático.

Brigite evita redes sociais

Na entrevista, a primeira-dama também relatou que evita as redes sociais. "Não fico à vontade quando não posso responder. Quer dizer, não fico à vontade com o anonimato, com as pessoas sem rosto", explicou. Ela diz não compreender tamanha violência e acredita que as pessoas que usam as redes para insultar os outros "são infelizes."

Brigitte também afirmou que participa de projetos nas áreas da saúde ou educação e diz ter pouca afinidade com a política. "Não gosto e nem sou competente para isso", afirma a mulher do presidente francês, considerada como uma das pessoas que mais influenciaram sua campanha em 2017.

Segundo ela, a "influência" que ela poderia exercer é "a normal na vida de um casal, mas não pode ser medida, faz parte de nossa vida pessoal. Nós nos falamos direto, conversamos muito. Trabalhamos aqui, vivemos aqui. Mas não me autorizo a dar conselhos", declara, em relação à vida política do chefe de Estado. "Nós nos preservamos e por isso as coisas são menos complicadas do que parecem", afirma.

Brigitte também conta que, após três anos vivendo no palácio do Eliseu, sua personalidade continua a mesma. "Sou uma mulher livre e exerço essa liberdade mesmo com minhas obrigações", diz. Ela também diz não temer o futuro, afirmando "viver no presente".

"O futuro é incerto e isso pode ser angustiante. Mas o futuro com Emmanuel Macron não é preocupante. É um homem tranquilizador e gentil, temos muita sorte. Tenho muita sorte de estar casada com um homem como ele e tenho essa certeza todos os dias há 20 anos. "