Parlamento italiano debate cidadania a Bolsonaro: 'Negaremos', diz deputada
O parlamento da Itália discute, nesta sexta-feira (13), a questão da cidadania que pode ser concedida ao ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, atualmente nos Estados Unidos. Políticos do país se mostram preocupados com um possível "exílio" de Bolsonaro lá, pois temem que ele encontre apoio do governo de extrema direita que governa o país atualmente.
Em entrevista exclusiva a Universa, a deputada italiana Rachele Scarpa, do Partido Democrático, afirmou que fará de tudo para negar o pedido de cidadania.
A intenção de se mudar para a Itália seria uma tentativa do ex-presidente de evitar uma prisão, uma vez que, só no STF (Supremo Tribunal Federal), há quatro inquéritos em curso contra ele envolvendo, entre outros temas, disseminação de notícias falsas e interferência na Polícia Federal.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação Internacional da Italía, Antonio Tajani, afirmou que Bolsonaro não solicitou cidadania ao país —dois de seus filhos, Flávio e Eduardo Bolsonaro, fizeram a solicitação em novembro passado. Mas a declaração do ministro não convenceu os parlamentares italianos, que apresentaram uma interpelação urgente ao governo e ao ministro para esclarecer essa questão.
"Nós não conseguimos encontrar informações claras sobre o estado do pedido de cidadania do Bolsonaro. Se for solicitada, teria certamente um grande valor político, por isso acho muito importante que a discussão passe primeiro pelo parlamento", diz Rachele.
Se a cidadania for pedida ou se já foi, a deputada diz a Universa que será feita "oposição forte, e veremos as possibilidades legais para negar a cidadania de Bolsonaro e seus filhos". "Vamos impedir o processo."
Rachele ainda ressalta a possibilidade de o governo italiano conceder a cidadania pelo alinhamento ideológico com as ideias do ex-presidente brasileiro. "Todos sabemos que existe uma simpatia das forças políticas que nos governam para com Bolsonaro. Tanto Giorgia Meloni [primeira-ministra] como Matteo Salvini [membro da extrema direita] mostraram isso em várias ocasiões."
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