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Ela criou mercado digital dos pequenos varejistas e já captou R$ 30 milhões

Laura Camargo, 31 anos, sócia-fundadora da Inventa: "Montanhas-russas são normais no mundo do empreendedorismo. O mais importante é deixar isso de lado e seguir" - Divulgação
Laura Camargo, 31 anos, sócia-fundadora da Inventa: 'Montanhas-russas são normais no mundo do empreendedorismo. O mais importante é deixar isso de lado e seguir' Imagem: Divulgação

Caroline Marino

Colaboração para Universa

06/12/2021 04h00

Ao estudar o mercado varejista e as pequenas empresas, e de olho nas tendências de outras regiões, como Estados Unidos, Europa e Índia, a paulistana Laura Camargo, 31 anos, criou uma startup que digitaliza o processo de compra e venda de pequenos varejistas e lojistas. A Inventa, fundada com os sócios Marcos Salama e Fernando Carrasco, funciona como uma plataforma na qual as empresas podem repor seus estoques de produtos comprando itens no atacado.

Além do ambiente de compra, a Inventa fornece recomendações de produtos que mais vendem e prazos de pagamento mais flexíveis, de até 90 dias. Tudo isso com base nas informações de cada negócio. "Percebemos que o processo de compra do pequeno varejo não passou por algumas atualizações e, muitas vezes, é ultrapassado", diz Laura. Segundo ela, até então, era tudo offine, sem nenhum atendimento mais próximo, nem recomendações de produtos e novidades, e com pouca margem para negociar melhores condições de pagamento.

A ideia central do negócio, que atua nos segmentos de cosméticos, alimentação saudável e decoração para casa, é conectar as marcas a essas empresas e facilitar todo o processo de compra —tudo isso por meio da tecnologia.

Nossa missão é empoderar empreendedores para que consigam conquistar seus sonhos.

Com um ritmo de crescimento alto, cerca de 150% ao mês, em menos de um ano de funcionamento a Inventa recebeu um aporte de R$ 30 milhões em uma rodada de investimento seed, com participação de fundos como NXTP, PearVC, OneVC e Maya Capital. Atualmente, atende cerca de 10 mil lojistas em todo o país e conta com mais de seis mil produtos de 350 marcas, como Davene, Desinchá e Ruby Rose. E a perspectiva é dobrar esses números.

Time engajado para o negócio crescer

Para crescer, Laura conta que três pilares foram importantes. Com a ideia estruturada e a certeza de estarem construindo um serviço com espaço no mercado, que realmente atendia uma dor, o primeiro movimento foi estruturar a equipe para iniciar o negócio. "Começamos com a contratação do time de tecnologia para o desenvolvimento da plataforma e, depois, buscamos pessoas de outras áreas, como marketing e vendas, para ir a campo na busca de clientes e parceiros", afirma.

Mas, Laura reforça um cuidado nessa seleção: encontrar pessoas que, além de boas tecnicamente, tivessem os valores alinhados com a marca, o tal do fit cultural que tanto ouvimos no mundo corporativo. "Desde o começo buscamos pessoas que acreditavam na nossa ideia e com vontade de fazer o negócio acontecer. A parte técnica é importante, mas sem a cultura certa, não tem como a contratação ser bem-sucedida", diz.

De acordo com ela, encontrar pessoas que enxergam valor no que a empresa faz para as marcas e varejistas é essencial. "A maior parte do time vibra com as conquistas da Inventa e isso tem relação direta com o sucesso", diz.

O segundo pilar é ouvir atentamente os clientes para identificar suas demandas.

No início, por exemplo, foram muitas conversas com pequenos empreendedores para entender o que precisavam e quais marcas faziam mais sentido para os seus negócios.

'A regra é: não se abale com os obstáculos'

Outro pilar essencial é a resiliência. "Nem sempre as coisas vão ser fáceis e muitos desafios vão surgir, como pessoas dizendo que o negócio não vai dar certo e que você não deveria ter largado um emprego estável. Montanhas-russas são normais no mundo do empreendedorismo. O mais importante é deixar isso de lado e seguir", diz.

Laura conta, por exemplo, que a empresa tem, desde o começo, uma ferramenta chamada Gol do Brasil, que sinaliza sempre que um pedido é fechado. "No começo nenhum pedido aparecia, mas isso não nos abalava, pois sempre tivemos paixão pelo que estava sendo construído e sabíamos que daria certo", afirma. Atualmente, diga-se, o Gol do Brasil está bombando.