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Angelina Jolie fala de racismo: 'Sistema me protege, mas não minha filha'

Angelina Jolie acompanhada dos filhos Vivienne, Zahara, Shiloh e Knox, em foto de 2019 - REUTERS/Peter Nicholls
Angelina Jolie acompanhada dos filhos Vivienne, Zahara, Shiloh e Knox, em foto de 2019
Imagem: REUTERS/Peter Nicholls

De Universa

12/06/2020 12h00Atualizada em 12/06/2020 14h36

A atriz Angelina Jolie falou de racismo e das manifestações que estão ocorrendo nos Estados Unidos e vários países do mundo desde a morte do segurança negro George Floyd sob custódia policial. "Um sistema que me protege, mas não protege a minha filha, ou qualquer homem, mulher e criança, por causa da cor de sua pele, é intolerável", declarou Angelina para a revista "Harper's Bazaar", em matéria ilustrada por fotos tiradas pelo filho Knox Jolie-Pitt..

A atriz é mãe de Zahara Jolie-Pitt, uma garota negra de 15 anos adotada na Etiópia. "Nós precisamos progredir além da empatia e das boas intenções. Precisamos de leis e políticas que realmente abordem o racismo estrutural e a impunidade. Acabar com abusos no policiamento é só o começo", acrescentou.

Na visão da atriz, o racismo se manifesta em diversos aspectos da sociedade, incluindo o sistema educacional e político. "O meu conselho é ouvir às pessoas que estão sentindo essa opressão na pele, e nunca presumir que você já sabe do que está falando".

Angelina Jolie, fotografada pelo filho Knox, para a 'Harper's Bazaar' - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução

Violência na pandemia

Outro problema para o qual Angelina está atenta durante o período de isolamento ditado pela pandemia do novo coronavírus é o da violência doméstica. Uma série de levantamentos já mostraram que os casos do tipo aumentaram durante a quarentena, inclusive no Brasil.

"Acima de tudo, o que me preocupa são as crianças. O número de crianças que estão sendo abusadas neste momento não me deixa dormir à noite. Há uma crise de saúde pública global que expõe crianças ao abuso, à negligência, e aos efeitos do trauma. E não fazemos o bastante para protegê-las", comentou.

"Nós ainda fingimos não ver a violência doméstica. Frequentemente, não acreditamos nas sobreviventes, não colocamos os direitos da criança acima de tudo, não levamos o seu trauma a sério. Os nossos serviços sociais não são adequadamente fundados. Os funcionários não têm treinamento, e nem os juízes", enumerou.

"Eu acredito que não é só quem comete o abuso que deveria ser punido. Quem acoberta ou minimiza o abuso, também. Todo mundo diz que é contra a violência doméstica, mas ninguém muda as coisas específicas que precisam ser mudadas", criticou ainda.