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Angelina Jolie celebra 'força' de sua mãe e lembra de infidelidade do pai

04.08.1998 - Angelina Jolie com a mãe, Marcheline Bertrand, passam por aeroporto em Los Angeles (EUA) - Ron Galella Collection via Getty Images
04.08.1998 - Angelina Jolie com a mãe, Marcheline Bertrand, passam por aeroporto em Los Angeles (EUA) Imagem: Ron Galella Collection via Getty Images

De Universa, em São Paulo

11/05/2020 09h49Atualizada em 11/05/2020 13h35

Angelina Jolie escreveu uma longa homenagem a sua mãe, Marcheline Bertrand, que foi publicada no "The New York Times" no fim de semana. A atriz discutiu o impacto da morte da mãe em sua vida e se abriu até sobre como Marcheline encarava a infidelidade do marido (e pai de Angelina), o ator Jon Voight.

"Eu perdi minha mãe quando tinha trinta e poucos anos", lembrou a atriz. "Quando penso naquele momento, percebo o quanto a morte dela me mudou. Não foi algo repentino, mas me mudou muito. Perder o amor de mãe, o seu abraço suave e quente, é como se alguém tirasse o seu cobertor de proteção sem avisar".

"Eu fiz uma pequena tatuagem na minha mão direita após a morte da minha mãe, sabendo que tatuagens nas mãos se desgastam com o tempo. Parece uma letra 'M' de Marcheline, mas na verdade é um 'W' de 'Winter', a música dos Rolling Stones que ela cantava para mim quando era pequena", contou ainda.

"Ela amava se sentir viva. Amava rir. Quando eu estava triste, ela colocava essas canções de rock para tocar, que me faziam lembrar que tinha um fogo dentro de mim. Uma das minhas primeiras memórias é dela acendendo velas e espalhando discos dos Beatles pela casa na noite em que John Lennon foi morto", continuou.

"A morte da minha avó, antes mesmo de eu nascer, fez da minha mãe uma mulher triste. Quando o meu pai teve um caso extraconjugal, isso mudou a vida dela. Foi quando o seu sonho de ter uma família foi destruído", disse também a atriz.

"Mesmo assim, ela amava ser mãe. Ela tinha o sonho de ser uma atriz, mas, aos 26 anos, já estava criando dois filhos com um ex-marido famoso que lançaria uma sombra imponente sobre a vida dela", lamentou ainda.

"Antes de morrer, ela me disse que sonhos podem simplesmente mudar de forma. O sonho que ela alimentou de ser uma artista era, na verdade, um sonho da mãe dela. E ela esperava que fosse o meu também", relatou.

"Eu fico pensando no quão verdadeiro isso é. Para muitas mulheres que vieram antes de nós, sonhos demoravam gerações para se realizarem", refletiu Angelina.

A atriz também relacionou a situação da mãe à sua, criando os filhos após a separação de Brad Pitt. "Eu sei o que é estar sozinha e querer proteger aqueles que amo. E eu sei o quão grata sou por ser forte o bastante para fazer isso. Quando filhos chegam em sua vida, eles imediatamente e para sempre são sua prioridade".

Outras mães

Sempre antenada em causas sociais, Angelina escreveu em seguida sobre as "mães refugiadas" que encontrou em suas missões humanitárias pelo mundo. "Cada uma delas começou a sua jornada com a promessa de que faria tudo para proteger seus filhos", constatou.

"Quando uma dessas mães é derrotada e silenciada, poucas coisas são mais trágicas. Através das refugiadas, eu passei a acreditar que uma mãe é a pessoa mais forte da Terra. A suavidade de sua pele é enganosa", definiu ainda.

"Ela é uma força movida a amor e lealdade. Não há ninguém que resolve mais problemas. Quando ela tem apenas amor para dar, este amor transborda da sua alma. Quando uma mãe pede ajuda e você não dá, ela pode chorar — mas ela nunca vai desistir", disse a atriz.

Angelina abordou também a violência doméstica, dizendo que "mulheres abusadas não são fortes".

"Muitas vezes, elas estão se colocando no meio do caminho entre seus filhos e a violência", explicou. "Elas podem enfrentar isolamento e críticas, mas só estarão pensando: 'Me machuque, mas não machuque meu filho. Me insulte e me ignore, mas não o meu filho. Tire a minha comida, mas não a comida do meu filho'", declarou.

"Então, para todas as mães ao redor do mundo que se sentes impotentes — e que, mesmo assim, dão toda a sua energia, todo pedaço de comida, todo cobertor para seus filhos — eu as honro hoje", completou.