Pesquisa revela vício de adolescentes por filmes pornô
Um estudo sobre comportamentos aditivos dos adolescentes franceses mostra um aumento do interesse por filmes pornográficos, uma situação pouco abordada pelos pais.
De acordo com uma pesquisa feita pela Fundação para a Inovação Política, 8% dos adolescentes franceses da faixa etária de 14-15 anos assistem a filmes pornô várias vezes ao dia, e 5% são meninas. O cientista político Dominique Reynié, diretor da entidade, considera esse índice muito elevado e constata que os jovens fazem o aprendizado da sexualidade "nas piores condições possíveis".
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Os resultados do estudo, que também inclui o vício dos adolescentes em cigarro, álcool, maconha, videogames, smartphones e computadores, será entregue nesta sexta-feira (8) aos parlamentares para avaliação de projetos de lei de proteção dos desse público específico.
O maior problema na visualização repetitiva de filmes pornô pelos jovens é que eles podem integrar representações violentas da sexualidade, sem nenhuma empatia pela parceira. A pornografia – tal como é apresentada atualmente em milhares de vídeos na internet – exibe uma imagem estereotipada e sexista das meninas, explica o professor Michel Reynaud, psicólogo especialista em comportamentos compulsivos.
Visualização cada vez mais precoce
Segundo a reportagem do "Le Parisien", a idade de acesso aos filmes pornô tem diminuído na França e é estimada atualmente em 14 anos e três meses, em média. Porém, com o fenômeno dos smartphones nas escolas, crianças de 8 anos já têm contato com imagens pornográficas. O jornal também mostra que muitos pais franceses têm dificuldade de admitir essas práticas pelos filhos, preferindo ignorar as eventuais consequências. Por pudor de invadir a intimidade dos adolescentes, eles acabam não conversando sobre o assunto.
A pesquisa aponta que 18% dos meninos franceses da faixa etária de 14-17 anos assistem a filmes pornô ao menos uma vez por semana, enquanto entre as meninas da mesma idade a proporção é de 12%. A partir dos 18 anos, a diferença aumenta, passando para 33% dos rapazes e 16% das meninas. Elas têm mais facilidade para expressar o que sentem em relação às imagens pornográficas, associando certas práticas a um exagero proposital da indústria do filme pornô que não vai necessariamente se repetir nas relações na vida real. Mas algumas reconhecem que já tiveram de negar pedidos de meninos que não fazem essa distinção.
Especialistas e alguns ex-atores da indústria pornográfica francesa, como a atriz Ovidie – ícone no final dos anos 80 – defendem uma atuação mais incisiva das autoridades a fim de dificultar o livre acesso de conteúdos pornográficos pela internet para menores.
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