Traição no relacionamento: mulheres contam o que aprenderam ao ter amantes
A traição é uma oportunidade de o casal avaliar a relação e forçar uma conversa necessária – seja para melhorar o relacionamento ou, simplesmente, terminar.
Abaixo, quatro mulheres que tiveram um ou mais casos contam seus aprendizados.
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"Fiz para testar se queria ficar mesmo naquele casamento"
“Me casei em 2008 e descobri uma traição dele dois anos depois. Separamos por dois meses e voltamos. Nunca mais fiz menção do que tinha acontecido, coloquei uma pedra mesmo. Mas em 2012 eu me vi envolvida com outro homem, um caso que durou um ano. Eu fiz isso para testar se queria ficar mesmo naquele casamento e descobri que sim.
Esse episódio fortaleceu a minha relação e logo eu engravidei. Porém, depois que fui mãe, meu marido criou um bloqueio em relação a mim. Meu filho vai fazer 4 anos e nesse período não transamos mais do que dez vezes. Tentei conversar, mas nada deu jeito. Então, atualmente, estou envolvida com outro cara, que já fez parte do meu passado. O que seria apenas sexo tem se transformado em algo maior, que está me impulsionando a sair de um casamento falido e buscar a minha felicidade. Estar com outro homem me fez perceber que a minha relação é um hábito, não um casamento.”
Renata, 36, agente de turismo
"Traí meu ex com o irmão dele e hoje somos casados"
“Na minha primeira traição, estávamos juntas há um ano e meio. Eu era bem nova, tinha 18 anos. Ela era um pouco mais velha, tinha 23 anos, mas estava estagnada na vida, não tinha terminado o ensino médio e não pretendia terminar. Tinha um trabalho de meio período que pagava bem pouco e, apesar das dívidas, estava satisfeita. Chegou a ser demitida e não quis procurar trabalho. Aquilo começou a me incomodar, porque eu estava em uma fase de planejar o meu futuro. Mas não tinha certeza se queria terminar, acabei traindo com uma menina que conheci anos antes, amiga de uns amigos. Foi em uma festa, superimportante para mim, que a minha ex não quis ir. A outra menina foi.
Ficar com ela foi um choque para eu entender que realmente não queria mais aquele relacionamento. Terminamos logo em seguida. Saí com essa outra menina por alguns meses e conheci um cara com quem ela ficava – era uma relação aberta. Um dia, combinamos de sair nós três e ela não apareceu. Acabei ficando com ele e seguimos numa relação aberta... até eu conhecer o irmão dele. Me apaixonei, fiquei com ele. Para mim não era uma traição, por conta dos acordos que tínhamos, mas para o ex foi, porque era irmão. Hoje sou casada com o irmão do meu ex. Não me arrependo de nada, as coisas aconteceram como deveriam ser, inclusive a traição. Se minha ex tivesse ido naquela festa, eu não teria terminado com ela, não teria ficado com outra menina, que não teria me apresentado meu ex, que não me faria conhecer meu marido.”
Ana, 26, fotógrafa
“A traição me ensinou que relacionamentos poliamorosos são naturais”
“Namorávamos há quatro anos quando eu fiquei com outra pessoa. Eu sentia necessidade de ficar com outras pessoas, mesmo sem envolvimento romântico. Traí e propus a ele que abríssemos a relação, para termos novas experiências. Passamos um tempo conversando sobre, até que ele topou. Foi só então que contei que tinha ficado com alguém e ele demonstrou aceitar bem. Eu sou bi e quando ficava com moças, só beijo, sem compromisso, ele não se importava. Eu sempre contava, porque a relação aberta tem que ter diálogo.
Mas quando falei que tinha ficado com um homem, ele não aceitou ‘de boa’ e foi quando as coisas começaram a complicar. Embora tenha topado abrir a relação, ele não ficava com outras pessoas. Terminamos um ano depois de abrir a relação, porque ele passou a contabilizar as minhas ficadas, comparando a minha atitude com a dele. A traição me ensinou que relacionamentos poliamorosos são naturais quando as partes têm maturidade para lidar. Também aprendi que, dependendo da pessoa com quem estou, minhas preferências amorosas mudam. Nesse ex namoro eu sentia necessidade de abrir, mas, atualmente, sou monogâmica novamente.”
Índigo, 23, designer
“Fiz aquilo porque precisava ser eu mesma”
“Eu tinha 21 anos e meu namorado de três anos e meio terminou comigo porque eu era muito ciumenta. Enquanto tentava reatar com ele, voltei a sair para as baladas e conheci um cara que eu curti ficar. Só que seis meses depois, meu ex topou reatar e eu não consegui parar de ficar com o cara da balada. Segui com os dois ao mesmo tempo. E como eu já estava traindo ele com uma pessoa fixa, continuei saindo e a ficar com outros caras sem o menor peso na consciência. Era bom, eu me divertia muito.
Ele não gostava de se entreter com as mesmas coisas que eu e o contrário também era verdadeiro. Mas ele me tratava com carinho e respeito, diferente de muito homem lixo que passei a conhecer na noite. Me apeguei na figura de namorado, mesmo sem gostar dele. Só depois de uns oito meses fazendo isso, minha ficha caiu e eu fiquei muito mal. Não conseguia dormir e chorava o dia inteiro. Acabei terminando o meu namoro, de tão culpada que me sentia. Nunca contei sobre as traições. Mas, hoje, entendo que fiz aquilo porque precisava ser eu mesma, eu tinha largado a minha individualidade para ser um casal, mas insistir no relacionamento só prolongou meu sofrimento. Não basta amar o outro, é preciso se amar para entender quando uma relação te faz bem ou quando você apenas quer que ela te faça bem.”
Lilian, 31, relações públicas
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