Jovem que teve 70% do corpo queimado conta como superou o trauma
A vida de Raiche Mederick mudou quando ela tinha apenas 1 ano e seis meses de vida, após a casa em que morava com sua família pegar fogo. O incêndio a deixou com queimaduras de terceiro grau, cobrindo 70% de seu rosto e corpo.
Aos 23 anos, a jovem, vítima de bullying na escola -- era ridicularizada pelos colegas por conta de suas cicatrizes ou por não ter as pontas dos dedos da mão direita --, decidiu abrir uma instituição de caridade e prestar apoio a jovens e adultos vítimas de queimaduras.
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“O que nos torna diferentes é o que nos torna os mais bonitos”, disse Raiche em entrevista ao tabloide inglês “Daily Mail”.
Para que a filha conseguisse sobreviver em meio ao preconceito e a indiferença, os pais de Raiche, que moram no leste de Londres, passaram a enviá-la para um acampamento de verão para crianças vítimas de queimaduras. Foi lá que a inglesa decidiu que abriria uma instituição para apoiar outros sobreviventes como ela.
Raiche e seu irmão mais velho, Tyrel, de três anos, foram resgatados pelos vizinhos de sua casa quando o fogo, causado por um fósforo derrubado, provocou um incêndio.
Projeto social
A Fundação R.Chaie vai atender vítimas com 18 anos ou mais. De acordo com a ativista, esse tipo de assistência tende a diminuir com o fim da vida escolar.
“Quando eles [jovens] saem da escola, muitas vezes se questionam – ‘bem, o que fazemos agora?' Na verdade é quando se torna mais assustador, mais difícil e desafiador. Você não tem essa rotina de escola e um certo apoio ao seu redor”, opina.
Ativa em suas redes sociais, a inglesa faz questão de publicar fotos suas e mensagens de autoajuda.
Se aceitando
A jovem passou por diversas cirurgias reconstrutivas ao longo dos anos e crescer rodeada por pessoas que tinham o mesmo problema a ajudou na recuperação, principalmente, por conta da identificação.
"Ouvir histórias de outras crianças sobre como elas foram queimadas, e mesmo assim não tinham vergonha de exibir suas pernas em trajes de banho, não se importavam [mesmo que elas] tivessem queimaduras piores do que eu, me fez pensar: ‘Elas são fazendo isso, por que não posso?’", relembra Raiche que sempre escondeu suas cicatrizes com chapéu ou roupas.
Raiche nunca curtiu ser o centro da atenção por seus colegas de classe, mas não conseguia evitar. “As pessoas que me intimidavam tinham problemas consigo mesmas. O acampamento me ensinou a aceitá-las. Aprendi que é preciso ter coragem e encarar, não se abater.”
“Todo dia é como uma batalha para sair pela porta da frente, mas você tem que se apropriar de você e ser o CEO da sua vida. Para mostrar a todos que é assim que você faz e faz bem”, conclui.
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