Premiada no cinema, no teatro e na TV, a atriz Maitê Proença já participou de mais de 30 novelas e minisséries. Com 40 anos de carreira, é também apresentadora e escritora. Atualmente, a artista de 60 anos está nos palcos com o seu mais recente projeto teatral, em cartaz no Rio de Janeiro: “A Mulher de Bath”, em que interpreta uma mulher libertária do século 14.
Em conversa com Roseann Kennedy para o programa da jornalista que irá ao ar nesta segunda-feira (9), às 21h15, na TV Brasil, Maitê falou sobre arte, suas preocupações com o futuro do Brasil, o universo feminino e alertou para os perigos da polarização na política.
A atriz defendeu que mulheres ocupem mais lugares de comando. "Se você der soberania para uma mulher, o que acontece é que ela divide esse comando com você. Ela não vai fazer guerra, ela não vai submeter ninguém, nem matar. Ela vai dividir esse poder com quem lhe deu esse poder e ela vai promover o bem-estar comum. Ela olha pelo bem de todos."
A atriz ainda relembrou que as mulheres no mundo inteiro sofrem com vários problemas como a prostituição, falta de acesso à educação, falta de dinheiro e de respeito. E cobra o fim da violência por meio da mudança de comportamento. "Elas não são respeitadas, elas são espancadas, hostilizadas e, às vezes, mortas com impunidade. Isso ainda acontece. Então, está na hora de isso ser interrompido. Isso acontece não só nos países islâmicos e africanos. Isso acontece do lado da nossa casa. Então, quem tem voz pode falar a respeito dessas questões”, afirmou.
Momento político
Maitê ainda alertou para a necessidade de respeito entre os brasileiros em um momento de tanta polarização. "O radicalismo neste momento é muito perigoso no Brasil, de ambos os lados, porque se a gente tiver um radical no poder tudo pode acontecer. Pode ter uma movimentação social agressiva, pode acontecer de tudo. As polarizações não vão permitir que ele [radical] governe. Então, a gente precisa preparar gente que tem uma visão mais ampla. Não tem só duas verdades como parece. Há muitas verdades, e elas têm que ser enxergadas. Tem gente pensando coisas de uma forma mais abrangente. Somos todos brasileiros."
Ela ainda fez críticas às pessoas que promovem discussão dentro de seus próprios grupos. "[Assim] você não sai do lugar, porque você está conversando com quem já concorda com você, né? O bom é você extrapolar essas barreiras", disse. "Se você quiser mudar alguma coisa, você tem que fazer com que o seu discurso seja inteligente e afável para o outro", acrescentou.
Depois de enfrentar uma tragédia familiar na adolescência, Maitê ficou sozinha. Drama que ela conta no livro “Uma Vida Inventada”, uma mistura de ficção e biografia, em que ela fala do assassinato da mãe pelo pai e do suicídio dele. Fazem parte ainda da lista de livros lançados pela atriz-escritora - “Entre Ossos e a Escrita”, “É duro ser cabra na Etiópia”, “Todo Vícios e Entre Ossos”.
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