Sophia Abrahão sobre racismo: "Namoro um negro e dizem que ele é moreno"
Apesar de toda a exposição a que está submetida em uma tripla carreira como apresentadora, atriz e cantora, Sophia Abrahão, 26 anos, não fugiu de temas espinhosos durante sua entrevista para a revista "Glamour", da qual é capa na edição de dezembro. "Aprendi a falar o que quero, inclusive a dizer 'não'", explica.
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Por isso, ela não se furtou a oportunidade de discutir o racismo que já experimentou desde que iniciou sua relação com o também ator Sergio Malheiros, há três anos. "Eu falo que namoro um negro e respondem: 'Ah, mas ele não é negro, é moreno', ou 'Ele não é tão escuro'. Que loucura isso! Não é essa a questão".
"Acho que o Sérgio nunca sentiu o preconceito na pele porque é famoso desde os 5 anos e a fama deve tê-lo blindado de muita coisa. Mas escuto muito isso, que ele não é negro, o que já é uma forma de preconceito. Sempre acho triste quando falam: 'Não tenho preconceito, inclusive tenho um monte de amigo negro. Ou gay...'. Oi?", questionou.
Seu lado feminista
Sophia ainda falou abertamente de suas crenças pessoais como mulher e disse que se identifica como feminista porque o "feminismo é liberdade". Para ela, o esclarecimento a fez enfrentar situações cotidianas, inclusive no trabalho, que a privavam de oportunidades por puro preconceito.
"Sinto o machismo no dia a dia, em uma roda de homens em que minha opinião não é levada em conta, em reuniões de trabalho...Fui me colocando nesse lugar e, ok, estava confortável, então ficava quieta. Quando eu entendi que me excluía e me anulava nas conversas, nas opiniões, nas decisões e nas atitudes, mudei".
Mas ela aproveita para fazer uma mea culpa e apontar momentos em que ela mesma se viu machista. É óbvio que a gente sempre tem uma questão dentro da gente que vem da sociedade mesmo. Aquilo de dizer: ‘Ah, é claro, com essa saia curta, ela estava pedindo’. Admito que tinha esse pensamento e hoje vejo o quão absurdo ele é".
A apresentadora do "Vídeo Show" ainda reforçou a importância da liberdade, mais uma vez, quando o assunto é terminar uma gravidez. "Falar de aborto é complicado, mas importante neste momento [na semana da entrevista, a Comissão Especial da Câmara dos Deputados havia aprovado a PEC 181]. Cada mulher deve ser livre para decidir o que fazer, seja qual for a circunstância. Pessoalmente, tenho muita vontade de ser mãe, mas ainda tenho tanta coisa para plantar antes disso".
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