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Site ajuda vítima de violência sexual a localizar atendimento

Existem mais de 500 psicólogas e psiquiatras cadastradas no site do Mapa do Acolhimento; mais recentemente, entraram advogadas - Reprodução
Existem mais de 500 psicólogas e psiquiatras cadastradas no site do Mapa do Acolhimento; mais recentemente, entraram advogadas Imagem: Reprodução

Adriana Nogueira

Do UOL

17/11/2017 04h00

Ajudar as vítimas de violência sexual a localizar serviços públicos de atendimento especializado foi a motivação que levou a criação do Mapa do Acolhimento, rede virtual de apoio a mulheres concebida pelo Nossas –uma organização apartidária– e pelo coletivo feminista Agora É que São Elas. O site reúne e avalia a qualidade de Delegacias da Mulher e de centros de saúde em dez cidades brasileiras. Chama-se mapa por causa da possibilidade de a vítima buscar o serviço mais próximo de onde está. 

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Desde 9 de novembro, está aberto um financiamento coletivo, que tem como meta arrecadar R$ 58 mil. O dinheiro permitirá que o Mapa se expanda para mais quatro localidades.

No dia do lançamento do financiamento, atrizes como Camila Pitanga, Leandra Leal e Taís Araújo publicaram tuítes chamando atenção para a violência sexual contra a mulher e para a existência do Mapa.

Trabalho voluntário

Como o site não recebe dinheiro público, o levantamento dos serviços de atendimento foi feito –e está sendo mantido– graças ao trabalho de 2.500 voluntárias.

Depois de feito o mapeamento da rede pública e diante da constatação de que ela era fraca, viu-se a necessidade de ampliar a atuação do Mapa.

“Resolvemos promover um encontro entre as mulheres que sofreram violência sexual e psicólogas e psiquiatras dispostas a atender gratuitamente”, afirma Mariana Ribeiro, diretora de comunicação e de projetos do Nossas.

Mas o trabalho não consistiu apenas em cadastrar as profissionais, que, hoje, já são mais de 500. Voluntárias checaram se elas tinham registro no CRP (Conselho Regional de Psicologia), no caso de psicólogas, e no CRM (Conselho Regional de Medicina), no das psiquiatras, e levantaram se pesavam contra elas algum tipo de denúncia.

Apoio jurídico

“A gente viu que, provocadas pelo movimento feminista, meninas muitas jovens relatavam, nas redes sociais, terem sofrido violência sexual, mas não sabiam o que fazer a partir dali”, fala Manoela Miklos, integrante do Agora É que São Elas.

Manoela conta que também ficou claro que as mulheres tinham muitas dúvidas legais, como “tenho direito a atendimento de saúde, mesmo que não queira denunciar o agressor?”. Para responder a essas e outras questões, há uma cartilha no Mapa do Acolhimento, com informações básicas sobre os direitos da vítima de violência sexual.

Ao longo do primeiro ano de existência do Mapa, constatou-se outra dificuldade comum dessas mulheres: o acesso a apoio jurídico para se protegerem. Por isso, há cerca de um mês, abriu-se a possibilidade de advogadas também se cadastrarem para atendimento gratuito.

“A cada 11 minutos, uma mulher é estuprada no Brasil. Por isso, a gente precisa estar presente em todo o país”, finaliza Mariana.