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A semana: brasileira luta por guarda da filha na França, e censura no Masp

Adriana Nogueira

Do UOL

22/10/2017 04h00

Os acontecimentos, as pessoas e as iniciativas que fizeram barulho nesta semana, impactando a vida e o olhar das mulheres.

"Qual foi meu crime?"

Valéria Ghisi foi vítima de violência doméstica na França e acusada de sequestro internacional ao fugir para o Brasil com sua filha - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Imagem: Arquivo Pessoal

Para fugir da violência doméstica da qual era vítima, a psicóloga e professora Valéria Ghisi (foto) deixou a França e voltou para o Brasil com a filha, de quatro anos. Mesmo pesando contra o pai da criança denúncias formais de agressão contra Valéria, ele conseguiu, via Justiça brasileira, a guarda menina. Vivendo na França há um ano sem poder trabalhar, pois não tem os documentos necessários, a psicóloga trava uma batalha na Justiça dos dois países para ter a filha de volta. Nesta semana, ela lançou, inclusive, um abaixo-assinado para pressionar os tribunais. "Qual foi meu crime? Foi me recusar a continuar apanhando e ter procurado outro lugar para morar", falou Valéria em entrevista ao UOL.

"O tráfico financia campanhas políticas"

7.ago.2007 - O 1º Tribunal do Júri do Rio julga Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, acusado de esquartejar André Luis dos Santos Jorge, o Dequinha, e Rubem Ferreira de Andrade, conhecido como Rubinho, em 1996 - Henrique Esteves - 7.ago.2007/Folhapress - Henrique Esteves - 7.ago.2007/Folhapress
Imagem: Henrique Esteves - 7.ago.2007/Folhapress

"O tráfico de drogas não acaba porque financia campanhas políticas no Brasil", afirmou Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP (na foto, à direita), em entrevista exclusiva ao UOL. Apontado como um dos chefes do Comando Vermelho, a maior facção criminosa do Rio de Janeiro, ele cumpre pena de 48 anos pelos crimes de tráfico de drogas e por ser mandante de dois assassinatos. No sábado (21), Marcinho lançou o livro "Marcinho Verdades e Posições - Direito Penal do Inimigo", escrita em coautoria com o jornalista Renato Homem.

Fim da fantasia do sangue azul

Campanha da Bodyform - Reprodução/YouTube - Reprodução/YouTube
Imagem: Reprodução/YouTube

A Bodyform, marca britânica de absorventes higiênicos, resolveu acabar com a fantasia da publicidade de produtos do segmento e colocou no comercial de TV um absorvente sujo com sangue cor de... sangue! O slogan cutuca esse velho tabu: “Mulheres não menstruam líquido azul. Elas menstruam sangue".

Burocracia dificulta combate ao trabalho escravo

Uma portaria do Ministério do Trabalho, publicada na segunda-feira (16), dificultou a divulgação da chamada "lista suja" do trabalho escravo no país. Se antes, em norma estabelecida na gestão Dilma, a organização e a divulgação do cadastro era responsabilidade da Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo, ligada à Secretaria de Inspeção do Trabalho, agora, a lista só sai com ordem expressa do Ministro do Trabalho.

Astrologia, a nova espiritualidade

Capa especial Astrologia - Brunna Mancuso/UOL - Brunna Mancuso/UOL
Imagem: Brunna Mancuso/UOL

Segundo a WGSN, empresa que detecta tendências comportamentais, a Astrologia, apesar de milenar, faz parte de uma nova espiritualidade. "Em tempos de crise e incerteza política, o millennial quer pertencer a algo maior. Mas não se identificam com dogmas e rituais religiosos”, diz a pesquisadora Maria Kowalski. O assunto foi destaque no UOL na semana.

Balança, mas não cai

A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados rejeitou a denúncia feita pela PGR (Procuradoria-Geral da República) contra o presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da República). Outro para quem a semana terminou com boas notícias foi o senador Aécio Neves, que teve o pedido de afastamento rejeitado pelo Senado.

Jornalista morta em atentado

Daphne Caruana Galizia - Darrin Zammit/Reuters - Darrin Zammit/Reuters
Imagem: Darrin Zammit/Reuters

A jornalista investigativa Daphne Caruana Galizia, 53, morreu após seu carro explodir por causa de uma bomba, em Malta, na segunda-feira (16). Autora de um dos blogs mais populares da ilha europeia, Daphne revelou a participção de figuras políticas maltesas nos chamados Panana Papers --escândalo mundial de corrupção que envolveu o uso de empresas para esconder dinheiro, divulgado em 2016 pela imprensa de vários países.

Ativista humanitária estuprada em base da ONU

A canadense Megan Norbert, 30, trabalhava em uma missão humanitária no Sudão do Sul quando foi dopada e estuprada por um colega de trabalho, dentro de uma base da ONU (Organização das Nações Unidas). Sem nenhum apoio da entidade que representava, Megan criou a ONG Report the Abuse, para registrar os casos de abuso praticados por integrantes de missões humanitárias e apoiar as vítimas. Pesquisa da ONG, divulgada em agosto, chegou a números alarmantes: 87% dos mil entrevistados disseram conhecer algum colega que sofreu algum tipo de violência sexual.

Menores de 18 barrados no Masp

Artistas e movimentos sociais se reuniram em frente ao Masp para defender a abertura a liberdade de expressão e a arte durante a abertura da mostra Historias de sexualidade, restrita a maiores de 18 anos - Marlene Bergamo/Folhapress - Marlene Bergamo/Folhapress
Imagem: Marlene Bergamo/Folhapress

Pela primeira vez em 70 anos de existência, o Masp (Museu de Arte de São Paulo) não permitirá menores de 18 anos em uma exposição. A mostra coletiva "Histórias da Sexualidade" foi inaugurada na sexta-feira (20). A decisão da instituição foi alvo de protestos (foto). O veto acontece após duas polêmicas recentes, uma envolvendo a performance de um artista nu no MAM (Museu de Arte Moderna), também na capital paulista, e o cancelamento da mostra "Queermuseu - Cartografias da Diferença na Arte Brasileira", em Porto Alegre.

Alerta sobre planos de saúde

Relator de uma comissão especial que analisa mudanças na lei dos planos de saúde, o deputado Rogério Marinho (PSDB-RN) apresentou parecer que libera reajuste a idoso (hoje o Estatuto do Idoso não permite cobrança para usuários com mais de 60 anos) e reduz multas a plano que negar atendimento. O texto, que tramita em regime de urgência, substitui outros 140 projetos sobre planos de saúde enviados à comissão.