"Não nasci para ser monogâmica. Por isso, tenho dois namorados"
Felipe, 25, namora há oito anos Isabella, 24, que também namora há sete meses Gabriel, 26, amigo de Felipe. Confuso? Aqui, ela dá detalhes de como é viver um poliamor.
“Tudo começa com uma pergunta clara: ‘Por que eu quero ficar com outras pessoas, mas não posso?’. Conheci Felipe aos 16 anos, na escola. O aluno novo do último ano por quem me apaixonei. O relacionamento começou monogâmico. Até que, há dois anos, quando já dividíamos o mesmo apartamento, mas não o mesmo quarto, começamos a questionar o modelo de relação.
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Para nós, viver um único amor era um peso enorme a ser carregado. Afinal, por que mesmo estamos condicionados a amar uma só pessoa pelo resto das nossas vidas? Isso é assustador. A resposta veio inesperadamente: era uma noite como outra qualquer, e decidimos beijar outras bocas, e isso não foi nenhum drama.
Relacionamento poliamoroso não é relacionamento aberto
Em uma semana, veio a primeira das certezas: seria impossível ficar com outras pessoas sem de fato se envolver. E é aí que mora a diferença entre o relacionamento aberto e o poliamor que decidimos viver. O primeiro é uma relação em que o casal se mantém como prioridade um do outro. No segundo, envolvimentos são permitidos. Entre eu e Felipe não existe a ideia de posse, muito menos a de traição.
Há sete meses, namoro o Gabriel. Nos conhecemos através de uma amiga em comum. Isso me faz amar menos o Felipe? De maneira alguma. Saímos todos juntos, mas com uma condição: quando estou com Gabriel, eu e Felipe não nos tratamos como um casal. E que saber? Os dois se adoram.
Se o princípio é a liberdade, preferimos desprezar as regras. Acreditem, o segredo para dar certo é o mesmo de qualquer outra relação monogâmica, a conversa. E talvez essa seja também a parte mais difícil.
Tem gente que acha evoluído. Para mim, é disposição. Não condeno nenhuma configuração e jamais vou me considerar superior pela minha escolha. Longe de mim catequizar alguém. Eu só não nasci para ser monogâmica.
Não vivemos em um bacanal
Confesso que já fui muito ciumenta. Acho que a desconstrução começa aí. Ciúme, definitivamente, não é um sentimento saudável. Ninguém é sua propriedade. Estar com alguém é uma escolha diária, que pode se transformar de uma hora para outra. E, pasme, está tudo bem. Chegar a esse esclarecimento é dificílimo, trabalhar a autoconfiança, fundamental.
Nossa família sabe, mas isso não significa que aceitam 100%. É natural que a maneira como decidimos levar nossa vida gere curiosidade. E o que não falta é julgamento disfarçado de preocupação. Já perdi as contas do quanto me alertaram sobre doenças sexualmente transmissíveis. Como se os riscos não fossem os mesmos em um casamento fechado. Mas quanto a isso, estou blindada. Nenhuma opinião alheia me interessa.”
Isabella e Felipe têm um canal no YouTube
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