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De remédio para a TPM a treino sexual: os mitos e verdades da masturbação

masturbação, mulher, sexo - Getty Images
masturbação, mulher, sexo Imagem: Getty Images

Heloísa Noronha

Colaboração para o UOL

15/07/2017 04h00

Você já deve saber que a masturbação não faz mal nenhum, certo? Ao contrário: ajuda a transar, conhecer o corpo e a se sentir melhor. Para acabar com qualquer dúvida, veja o que é fato e o que é pura bobagem sobre o assunto:

Masturbar-se alivia a TPM

Verdade! O orgasmo libera endorfinas, substâncias que aumentam as sensações de bem-estar e, assim, combate e as cólicas, a irritação e outras chatices típicas da TPM.

A mulher virgem pode romper o hímen

Depende. Se ela usar os dedos ou um vibrador apenas na região do clitóris (e com cuidado!), não há perigo. Porém, a masturbação intravaginal pode, sim, romper a película.


Masturbação faz mal à saúde

Mentira! É um santo remédio! Para as mulheres, o orgasmo provoca contrações que ajudam a eliminar secreções que ficam no colo do útero. Além disso, essas contrações liberam substâncias que atuam na medula óssea, estimulando, assim, o sistema imunológico. Para os homens, ejacular com frequência reduz o risco de câncer de próstata. Segundo um estudo publicado em 2016 na versão online da revista científica European Urology, quem ejacula pelo menos 21 vezes por mês têm um risco 20% menor de desenvolver esse tipo de tumor.

A vagina e o pênis sofrem deformações

Não mesmo. Ideias antigas ligadas à repressão sexual pregavam que a vagina alargava com o excesso de "uso" e que o pênis podia aumentar de tamanho e até mesmo ficar deformado por conta do estímulo. Tudo bobagem.

Pode provocar infertilidade masculina

De jeito algum. É óbvio que se um cara acabou de se masturbar e vai transar em seguida terá menos espermatozoides disponíveis para engravidar a parceira. Infertilidade? Nunca.

Em excesso, pode viciar

Depende. A forma com que o sujeito usa a masturbação é que oferece risco. Se ela é adotada para evitar ansiedade, pode, sim, viciar, já que o homem sente que não consegue controlar o desejo de se aliviar. A recorrência da pornografia para se excitar pode causar dependência psicológica e atrapalhar o desempenho sexual. E há, ainda, homens que relatam dificuldade para ejacular com a penetração por se habituarem à masturbação. Cada um, portanto, reage de um jeito.

Ajuda a controlar a ejaculação

Sim! Se o homem se masturbar como uma espécie de "treino" para prolongar a excitação sexual, sem ejacular, pode conseguir prolongar o sexo quando estiver com outra pessoa. Isso, no entanto, é algo bem específico e deve receber orientação de um profissional (urologista ou terapeuta sexual).

Provoca impotência

Não. A impotência ocorre por outros fatores (estresse, má alimentação, problemas emocionais, doenças vasculares, tabagismo etc) que não têm nada a ver com masturbação.

Melhora a vida sexual

Pode acreditar! Além do já citado controle da ejaculação masculina, para as mulheres a prática permite conhecer melhor o próprio corpo. Assim, é possível mostrar ao par como gosta de ser tocada e excitada. E mais: a masturbação frequente melhora a lubrificação por deixar as glândulas mais ativas e a vagina mais úmida, facilitando a penetração.
 

FONTES:
Alex Meller, urologista da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo); Cristina Carneiro, ginecologista e obstetra de São Paulo (SP); José Carnevale, urologista pediátrico do Hospital São Luiz Jabaquara, em São Paulo (SP); Oswaldo M. Rodrigues Jr., diretor do Inpasex (Instituto Paulista de Sexualidade), e Silvio Pires, urologista da clínica paulista Criogênesis