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Maisa, você não está só; o mundo não dá sossego aos solteiros

Dudu Camargo, Silvio Santos e Maisa Silva no programa do dono do SBT - Reprodução/SBT
Dudu Camargo, Silvio Santos e Maisa Silva no programa do dono do SBT Imagem: Reprodução/SBT

Adriana Nogueira

Do UOL

20/06/2017 16h19

A internet veio abaixo com os foras que Maisa, 15 anos, deu em Silvio Santos e no apresentador do “Primeiro Impacto” (SBT), Dudu Camargo. Levada ao programa do dono do SBT para participar de um game, ela teve de aturá-lo questionando o fato de estar solteira e empurrando-a para Dudu. Sem perder o bom humor, a garota brecou o comportamento engraçadinho de Silvio.

Para a psicóloga hospitalar Sabrina Gonzalez e a psicoterapeuta Iracema Teixeira, doutora em psicologia e mestre em sexologia, o que Maisa passou na TV é recorrente na vida de solteiros, não importando idade nem gênero.

Metade da laranja

“Até para criança se pergunta quem é o namoradinho, com quem ela vai se casar. Perguntas que não fazem o menor sentido para aquela faixa etária”, afirma Sabrina, lembrando a ação “Criança Não Namora”, que ganhou força recentemente nas redes sociais.

Uma das explicações para essa pressão sobre os solteiros é a crença de que a pessoa só pode ser feliz se encontrar a metade da sua laranja.

“O pensamento de que o indivíduo só vai ser completo se tiver um par amoroso é um equívoco. Para se relacionar, a pessoa tem de estar inteira, caso contrário, não tem o que trocar com a outra, não tem como o relacionamento evoluir”, fala Iracema.

Pressão sobre elas

Apesar de dizer que a solteirice é questão na vida de homens e mulheres, ambas as especialistas afirmam que para elas os efeitos são mais intensos e diversos do que para eles.
Sabrina Gonzalez fala que a mulher é cobrada de ter um par amoroso para ter uma identidade social. Já do homem cobra-se que tenha várias parceiras, para que reafirme sua virilidade.

“O homem sofre mais na adolescência. Já a mulher começa nessa fase e vai se intensificando, à medida que ela entra em idade reprodutiva. Chega um momento que vira a cobrança do relógio biológico”, declara a psicoterapeuta Iracema.

O que vem do outro

Para Sabrina, esse olhar inquisidor para cima de quem está solteiro é muitas vezes projeção da própria pessoa incomodada com a solteirice alheia.

“Ela pode estar incomodada por estar sozinha e achar que isso é um problema para a outra também ou estar casada e invejar a liberdade do solteiro, entre outras situações”, declara a psicóloga hospitalar.

O que o solteiro precisa é estar em paz com o estado civil. “Se não, vai entrar na preocupação dos outros e achar que está só por ter algum problema”, fala Sabrina.

Já Iracema afirma que o ser humano gostar de ter companhia por natureza e por isso pode em algum momento da vida querer genuinamente deixar de ser solteiro. “Os novos arranjos sociais estão aí para isso. A pessoa pode ser feliz namorando à distância ou vivendo em casas separadas.”