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No aniversário de Hebe, veja cinco fatos feministas sobre a apresentadora

Hebe Camargo apresentando o programa "Hebe", na Rede TV!, em 2012 - Francisco Cepeda/AgNews
Hebe Camargo apresentando o programa "Hebe", na Rede TV!, em 2012 Imagem: Francisco Cepeda/AgNews

Do UOL, em São Paulo

08/03/2017 18h32

Considerada a eterna rainha da TV brasileira, Hebe Camargo completaria 88 anos nesta quarta-feira, 8 de março. Aproveitando que a celebração aconteceria na mesma data do Dia Internacional da Mulher, mostramos algumas passagens de sua vida para comprovar o quanto ela já mostrou seu lado "girl power" desde sempre. Confira!

Marco na televisão

Hebe quando apresentava "O Mundo é das Mulheres" - Reprodução - Reprodução
Hebe quando apresentava "O Mundo é das Mulheres"
Imagem: Reprodução

Hebe teve a honra de comandar o primeiro programa feminino da TV brasileira, em 1955. A atração, intitulada "O Mundo é das Mulheres", era dirigida por Walter Foster e transmitida pela TV Paulista. Também foi apresentada por outras mulheres, como Vida Alves e Wilma Bentivegna.

Hebe comentou sobre o programa durante uma entrevista para a revista Imprensa, em 1998: "A gente trazia escritores, atores, políticos e era muito engraçado, porque todos contestavam:'Imagine se o mundo é das mulheres'. Vocês não sabem de nada, nós é que mandamos'...eles acabavam se entregando."

Ela ainda apresentou o "Hebe por Elas", já no SBT, anos mais tarde. Segundo a própria apresentadora, era um local no qual as mulheres tinham o direito de falar tudo o que queriam, comentar seus problemas. "Depois que fiquei independente, nunca dependi de homem... faço o que quero. Se quiser comprar alguma coisa, compro. Não pergunto...se devo", contou.

Sem a tradição

Hebe Camargo com seu noivo, Décio Capuano (1964) - Ruy Costa - 13.jul.1974/Acervo UH/Folhapress - Ruy Costa - 13.jul.1974/Acervo UH/Folhapress
Hebe Camargo com seu noivo, Décio Capuano (1964)
Imagem: Ruy Costa - 13.jul.1974/Acervo UH/Folhapress

Hebe estava com 35 anos quando se casou no civil e no religioso com o empresário Décio Capuano em julho de 1964. E nada do tradicional branco. Como já não era mais virgem, optou por um vestido rosa. No ano seguinte, deu à luz a seu único filho, Marcello.

Como seu marido era bastante ciumento, não aceitando sua carreira de sucesso, Hebe optou por largar tudo, deixando o programa "O Mundo é das Mulheres". "Casei, saí e falei: 'quero ser dona de casa, mãe de família'. Eu ganhava mil cruzeiros por mês. Era um salário formidável em 1965", contou na mesma entrevista para a revista Imprensa. Segundo ela, a condição para o casamento era deixar a televisão. "E eu, bobinha, saí", disse. 

Problemas no paraíso

Hebe com seu filho Marcello no dia em que ele completou um mês (1965) - José Nascimento - 20.out.65/Folhapress - José Nascimento - 20.out.65/Folhapress
Hebe com seu filho Marcello no dia em que ele completou um mês (1965)
Imagem: José Nascimento - 20.out.65/Folhapress

A apresentadora, então, recebeu uma proposta para fazer um programa na Rádio Excelsior e topou voltar a trabalhar, pois montaram um pequeno estúdio em sua casa e ela pode continuar cuidando do filho. No entanto, a relação não aguentou o fato do marido a acusar de estar trabalhando demais. 

Sem medo das opiniões alheias, em 1971, Hebe saiu de casa levando o filho e o casal se divorciou no mesmo ano. Após esse período turbulento, ela conheceu o empresário Lélio Ravagnani, com quem se casou em 1973 e viveu junto por 29 anos, até a morte dele, em 2000.

Assumiu ter feito um aborto

capa revista veja - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução

Hebe contou para a revista "Veja" que engravidou de seu primeiro namorado, aos 18 anos. Sem alternativas, e com medo de ser expulsa de casa por conta do vexame que os pais passariam ao terem uma filha sem marido e com filho, optou por fazer um aborto sem contar para ninguém, após ser abandonada pelo parceiro.

Corria o ano de 1947, quando procurou uma casa clandestina e passou pelo procedimento sem nenhum tipo de anestesia. "Sou católica, mas defendo o aborto em alguns casos. A filha de uma conhecida minha foi estuprada e a família não quis o aborto. Foi pior: o filho nasceu com a cara do estuprador. É um estigma para o resto da vida. Num caso desses, como a Igreja pode ser contra?",

Loira por quê?

Hebe contou para a revista Imprensa que era morena, com direito a cabelo na cintura. Então, certa vez, foi para os Estados Unidos e achou lindo aquele monte de mulheres loiras. "Quando voltei, comecei a oxigenar o cabelo. Mais tarde, clareei", contou. Quando se casou, decidiu voltar a ser morena, mas lembra não ter se adaptado, pois todas as suas roupas eram feitas para loiras. Clareou os fios de novo e assim ficou até o final.