Topo

Morte de jovem de 19 anos que fez bariátrica será investigada

Amanda Rodrigues, que morreu devido a uma embolia pulmonar, após se submeter a uma cirurgia bariátrica - Reprodução/Facebook
Amanda Rodrigues, que morreu devido a uma embolia pulmonar, após se submeter a uma cirurgia bariátrica Imagem: Reprodução/Facebook

Adriana Nogueira

Do UOL

03/02/2017 15h33

O Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro) abriu sindicância para apurar responsabilidades sobre a morte de Amanda Rodrigues, 19 anos. A jovem se submeteu a uma cirurgia bariátrica em 17 de janeiro, no hospital Dr. Beda, em Campos dos Goytacazes (RJ). Amanda morreu no dia 28 devido a uma embolia pulmonar, uma complicação da operação. A história de Amanda –que sofria bullying por ser obesa desde a infância—foi relatada pela irmã dela, Mayara, em um post no Facebook, que já teve mais de 260 mil reações e mais de 75 mil compartilhamentos.

A sindicância é a fase de apuração do caso e precede o processo ético profissional. Em caso de condenação, as punições vão desde advertência confidencial até a cassação do exercício da medicina.

Segundo a assessoria de imprensa do Cremerj, a repercussão do caso na mídia fez com que o órgão tivesse a iniciativa de investigar as circunstâncias da morte de Amanda. Não há um prazo definido para a conclusão da sindicância.

Já a família da jovem registrou um boletim de ocorrência contra o cirurgião Gustavo Cunha Rodrigues, que fez a cirurgia bariátrica em Amanda. Eles alegam que o profissional sabia que havia casos de trombose –que é a formação de coágulos sanguíneos nas veias—na família materna da garota. Foi o deslocamento desses coágulos para o pulmão que provocou a embolia que vitimou Amanda.

Em entrevista ao UOL, na quarta-feira (1º), o médico disse que seguiu todos os protocolos de atendimento da SBCBM (Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica).

“A Amanda passou por todas as etapas do pré-operatório, com exames de laboratório e imagem, e avaliações de cardiologista, endocrinologista, nutricionista e psicólogo. Todos os profissionais a liberaram para a operação”, afirmou o especialista, que é membro associado da SBCBM.

De acordo com a endocrinologista Maria Edna de Melo, presidente da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica), o tromboembolismo pulmonar –problema que aconteceu com Amanda Rodrigues-- é uma das complicações mais temidas de vários procedimentos cirúrgicos, inclusive da cirurgia bariátrica.