Mulher muda de vida e divulga faxinas no Facebook com ícones pop

"Kill Bill", "Orange Is The New Black", "Star Wars" são só algumas das referências do mundo pop e um tanto "cult" que fizeram Veronica Oliveira ganhar o status de faxineira do momento. Em menos de duas semanas, a vida da ex-supervisora de telemarketing de São Paulo deu uma guinada rumo ao "web estrelato".

Veronica criou algumas propagandas bem-humoradas como solução para dar um gás para o serviço de limpeza que oferece, antes feito somente na casa de amigos. Um quadro de depressão e uma internação causaram o afastamento de seu antigo emprego e a falta de dinheiro a fez mudar de casa e de profissão.

"A primeira foi da série 'Better Call Saul', no último dia 10. Via muitos anúncios normais e tive a ideia de fazer uma abordagem mais criativa, nada de 'faxina da depressão'. Postei a montagem às 23h e no dia seguinte, quando acordei, já havia mais de 2 mil curtidas", conta a mulher que, aos 35 anos, foi para o serviço doméstico para ganhar a vida e sustentar os dois filhos: uma adolescente de 17 anos e um menino de 8.

"Vejo as pessoas falando que admiram o que eu faço, mas eu só fui trabalhar para comprar comida. Hoje tenho mais controle do meu horário, consigo ficar mais com meus filhos e tenho planos de continuar com este serviço, talvez até montar uma empresa", diz a "CEO, Tirana, porém única funcionária na empresa 'Faxina Boa'" (como ela se define em seu perfil no Facebook).

Mais do que clientes

A abordagem inusitada atraiu clientes que viraram amigos. "Já fiz faxina em uma república de meninas, fiquei o dia todo lá e no final ganhei risoto de shimeji. Já limpei o banheiro ao som de Bon Jovi e fui acompanhada na cantoria pela cliente. São pessoas muito legais", avalia.

Para a faxina boa ficar ótima, Veronica dá uma dica: não tenha pressa, nem preguiça. Ela afirma que só vai embora quando todos (ela e o cliente) estiverem totalmente satisfeitos. Para isso, a faxineira vira a casa do avesso e não tem medo de limpar (quase) nada. "Quando não conheço algum aparelho, aciono meus amigos nerds para saber exatamente no que posso mexer". Os acidentes por essa limpeza destemida são inevitáveis, como um corte na mão ou um choque no chuveiro, mas nada grave. 

De objetos que sumiram na bagunça do apartamento, até manchas de gordura que pareciam não ter mais jeito, tudo foi resolvido com horas de trabalho "e um pouquinho de TOC", como brinca Veronica. A área atendida na capital paulista é “até onde o Bilhete Único me levar”, diz a faxineira que cobra R$ 150 pela diária. 

Grávida aos 17 anos, Veronica começou a trabalhar cedo e não fez curso superior, mas sonha com o diploma em publicidade. E ela já provou que sabe que a propaganda e o bom trabalho são a alma do negócio.