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Mães falam do monitor fetal e de como é ouvir o coração do bebê à vontade

Do UOL

10/11/2016 07h15

Não é difícil comprar um monitor fetal portátil pela internet. Quem viaja para o exterior encontra o aparelho a preços ainda mais atraentes. Não à toa, muitas mães já incluíram o item no enxoval do bebê. Trata-se de um dispositivo que amplifica os sons do feto dentro da barriga. A principal função do equipamento é acompanhar a frequência cardíaca da criança.

Para a médica Renata Latini Alonso de Rezende, especializada em ginecologia e obstetrícia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, a motivação para a compra é a falsa impressão de que com o aparelho os pais poderão ficar mais tranquilos quanto ao desenvolvimento do bebê.

“Nem sempre se consegue ouvir os batimentos do filho, porque depende da localização dele na barriga, que muda muito. Isso pode gerar um estresse desnecessário”, afirma.

Segundo a médica, as mulheres que não abrem mão de ter o aparelho em casa devem levá-lo ao médico antes de usar, para receber instruções específicas.

A seguir, algumas mães que testaram o monitor fetal durante a gestação contam suas experiências.

Beatriz Nunes Sartori, 36, empresária, mãe de Júlia e Laís, 2

Beatriz Nunes Sartori, 36, empresária, mãe de Júlia e Laís, 2; personagens de matéria de UOL Gravidez e Filhos - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Imagem: Arquivo Pessoal

“Comprei o monitor fetal porque queria sentir a emoção de escutar minhas filhas quando quisesse, mas o aparelho acabou sendo particularmente útil quando desenvolvi pré-eclâmpsia [hipertensão arterial específica da gravidez]. Em uma gravidez de risco, era um alento perceber que o coração delas batia, e elas se desenvolviam de forma saudável. Achei o monitor bem simples de usar e podia escutar com fones de ouvido ou em caixinhas de som. O meu marido também gostava muito da brincadeira de procurar e achar o batimento das gêmeas na barriga. O legal é que também é possível ouvir os movimentos do bebê. Muitas vezes, gravava os sons delas e mandava em arquivo de áudio para o meu marido ouvir durante o dia, no trabalho. Cheguei a ficar preocupada algumas vezes, porque eram dois corações para encontrar e nem sempre conseguia ouvi-los rapidamente. Agora quem vai curtir o monitor é uma amiga, para quem repassei o aparelho.”

Carolina Almeida Mota, 35, administradora, mãe de Nina, 1

Carolina Almeida Mota, 35, administradora, mãe de Nina, 1 ; personagens de matéria de UOL Gravidez e Filhos - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Imagem: Arquivo Pessoal

“Decidi comprar o monitor portátil logo que ouvi falar dele. Queria ter o prazer de ouvir o coração da minha filha, mas, realmente, não foi tão fácil localizar os batimentos. Precisei da ajuda do meu médico. Ele não só me ensinou a usar o aparelho como também me ajudou a controlar a ansiedade quando não conseguia escutar os batimentos. Uma vez, precisei usar o equipamento para que ele me diagnosticasse à distância. Estava com sete meses e comecei a ter contrações e alguns picos hipertensivos. Eu o avisei por mensagem e, ao me ligar, ele me orientou a contar os batimentos. Foi assim que concluímos que estava tudo bem com a bebê. Nos dias normais, sem intercorrências, era uma delícia ouvir o coração dela batendo. Mas tenho de confessar que, ao notar qualquer som que considerava anormal, já ligava para o médico. E isso aconteceu muitas vezes no fim da gestação.”

Lidyanne V. Alves Barreto, 30, engenheira ambiental, mãe de Hugo, 3

Lidyanne Vieira Alves Barreto, 30, engenheira ambiental, mãe de Hugo, 3 ; personagens de matéria de UOL Gravidez e Filhos - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Imagem: Arquivo Pessoal

“Meu marido chegou com um presente em casa. Ele me entregou e disse: ‘Se um dia você não conseguir ouvir e ficar nervosa, eu guardo, hein!’. Era um monitor fetal. Quando contei para a minha médica sobre a aquisição, ela riu e avisou: ‘Não fique encucada’. Não fiquei. Quando comecei a usar o aparelho, o meu bebê já mexia muito na barriga. Por isso, ainda que não encontrasse o batimento, era só me manter parada por um tempo para que o meu filho se manifestasse. Não usava o aparelho todos os dias, mas, quando ia deitar, fazia questão de deixá-lo ligado. A coisa mais gostosa era embalar no sono ouvindo os batimentos do meu filho. Para a família foi legal também, porque eles não podiam me acompanhar nos ultrassons. Gostava muito de ver as reações de todos ao ouvir o bebê. Já meu marido preferia usar o aparelho quando o Hugo fazia manobras radicais dentro da barriga.”