Auxiliar de enfermagem adapta looks de famosas para bebês prematuros
Há 16 anos, a auxiliar de enfermagem Carmem Lucia Santana Oliveira, 55, faz roupinhas para bebês nascidos prematuros --alguns dos modelos inspirados em looks de famosas-- no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Em tanto tempo, ela já perdeu a conta de quantos modelos confeccionou.
Tudo começou quando Carmem trabalhava na UTI neonatal do hospital e vivia em contato constante com os bebês e suas famílias. “Notei que eles estavam sempre só de fralda, touca e meia, pois não há roupinhas para bebês tão pequenos. Alguns chegam a pesar menos de meio quilo e são do tamanho de uma caneta. Então, pedi permissão e a equipe do hospital concedeu e apoiou a iniciativa”, diz.
Apenas doações
Hoje, mesmo trabalhando no setor de neurologia, ela não deixa de visitar a UTI neonatal diariamente para ver se nasceu algum novo bebê prematuro. “Quando entrego as roupinhas, os pais ficam emocionados, não sabem se riem ou se choram. Alguns me perguntam o preço e se aceito encomendas, mas não vendo, apenas doo.”
Os modelos feitos por Carmem, que é mãe de dois rapazes de 20 e 22 anos, lembram roupinhas de boneca. “Não faço crochê nem tricô. Só corto e costuro os tecidos com a ajuda do meu marido, Ademir, que também abraçou a causa.”
Sua maior inspiração são as roupas usadas pelas atrizes nas novelas e outros programas de TV. “Assim que vi o desfile de Gisele Bündchen na abertura das Olimpíadas, corri para reproduzir o vestido que ela usou. Só sei fazer roupinha moderna”, diz.
Depois de conhecer de perto os pais e as crianças, a auxiliar de enfermagem acaba se tornando próxima das famílias. “Eles são meus amigos, é um vínculo para toda a vida. Gosto de acompanhar de perto o crescimento de cada bebê. Quando eles saem do respirador artificial é uma vitória”.
Não é raro que a roupinha dada por Carmem se torne um souvenir para os pais. “No primeiro ano da criança, eles colocam a roupinha em um quadro que mostra evolução do bebê e, às vezes, vestem a boneca preferida da criança com ela.”
Em alguns casos, quando o bebê não sobrevive, a roupinha é tudo o que resta para que as famílias se lembrem dos filhos. “A lembrança ajuda a amenizar a dor da perda”, diz.
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