Fuja das pegadinhas e calcule corretamente o revestimento cerâmico

Para quem está construindo ou reformando, calcular com precisão a quantidade de materiais é uma tarefa árdua, mas necessária. O cuidado evita idas e vindas às lojas e atrasos na execução dos serviços, além de minimizar o desperdício.
"O ponto de partida é ter uma planta com as medidas corretas, levando em conta largura, comprimento e altura dos ambientes", afirma o arquiteto Marcos Biarari. Ao fazer a conta, pese também as características de cada produto. Como explica o arquiteto José Cláudio Falchi, "quando usamos pastilhas cerâmicas, a perda é quase zero, mas o mesmo não acontece com o porcelanato".
Via de regra, o cálculo ainda precisa considerar as perdas no transporte e no manuseio dos materiais e, por isso, a recomendação é acrescentar entre 3% e 5% ao montante. Mas há quem eleve este cálculo extra aos 10%, especialmente, quando o revestimento pede recortes ou é mais frágil.
Como calcular os revestimentos cerâmicos?

Por exemplo: se um porcelanato da marca ‘A’ (45 cm x 45 cm) é fornecido em caixas com 1,82 m² e o produto da marca ‘B’, com placas da mesma medida, vem em pacotes com 1,22 m², o resultado final será distinto e a diferença, considerável. Pois, para comprar 10 m² de piso ‘A’, seria preciso adquirir 6 caixas (10,86 m²) contra 9 da marca ‘B’ (10,98 m²).
Cuidado com as pegadinhas
- Se o rodapé for feito com as mesmas peças do revestimento cerâmico, acrescente no cálculo. [Dica! Para muitos padrões é possível encontrar placas específicas para rodapé vendidas por unidade ou em pacotes. Neste caso, basta calcular a metragem linear (em cm) e dividir pelo comprimento da peça (60 ou 80 cm, por exemplo)].
- Atente-se: um dos erros corriqueiros é arredondar a quantidade de cerâmicas que vem nas embalagens. Como as caixas geralmente fornecem metragens quebradas, SEMPRE arredonde a conta para cima.
- Lembre-se: paginações inclinadas ou formando desenhos consomem mais peças.
- Para finalizar: considere um excedente de, ao menos, 2 a 5% (há quem diga que este número deve chegar a 10%) para eventuais trocas no correr dos anos.
Não esqueça do assentamento
Para assentar os revestimentos cerâmicos dois itens são essenciais: a argamassa colante e o rejunte. Em geral, o consumo de argamassa fica em torno de 5 kg/m² (para aplicações que exigem camadas simples). Para a colocação de pisos, porém, a norma é a dupla camada (aplicação da massa no chão e na peça) e, por isso, o consumo sobe para aproximadamente 8 kg/m².
Para calcular a quantidade de rejunte, você vai precisar saber o tamanho dos pisos e azulejos a serem rejuntados e o tipo do rejuntamento (acrílico, epóxi ou cimentício), além da espessura da junta que pode variar de 1 a 10 mm. Essa conta muda segundo a marca do produto, por isso, é necessário consultar tabelas específicas. A boa notícia é que para acessá-las, basta procurar na Internet pela marca + tipo de rejunte. Em geral, tais produtos são encontrados em embalagens de 1 kg e 5 kg. Dica: procure comprar o material de um mesmo lote, para minimizar diferenças na pigmentação.
Fontes: Angela Ishibashi, arquiteta; Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica (Anfacer); CeC Casa & Construção; José Cláudio Falchi, arquiteto, sócio do Falchi Arquitetura; Luís Nishi, arquiteto dos escritórios Laka Decora e JDVD; Marcos Biarari, arquiteto, sócio do escritório Biarari & Rodrigues.
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