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Ao receber os amigos do seu filho, deixe claras as regras da sua casa

Ao tratar os amigos do filho, seja coerente com a maneira como age no dia a dia - Getty Images
Ao tratar os amigos do filho, seja coerente com a maneira como age no dia a dia Imagem: Getty Images

Beatriz Vichessi

Colaboração para o UOL, em São Paulo

25/03/2016 07h05

Receber os amigos do filho em casa, sejam eles crianças ou adolescentes, requer jogo de cintura dos pais anfitriões para decidir em que situação é preciso ser firme para fazer valer regras e combinados da família e em quais é possível flexibilizar.

Um exemplo é a alimentação. Se você, às vezes, libera seu filho para pular a salada, tudo bem dar essa opção a todas as crianças. Porém, se não há essa brecha, as visitas podem ser liberadas, mas não os moradores da casa.

É importante se manter firme na decisão para não confundir a cabeça dos filhos, assim como mostrar a eles o motivo de não ceder. No caso citado, comer verduras e legumes é um valor importante para a sua família por questões de saúde. Também explique a razão de as visitas serem liberadas da obrigação: o comportamento delas não implica em problemas para você.

Outra situação comum é a discussão sobre o horário de ir para a cama. Mais uma vez, avalie como o assunto é resolvido no dia a dia. Se você sempre volta atrás e dá mais cinco minutos (ou mais tempo), não há muito o que fazer, se não quiser cair em contradição. No entanto, se a família segue um horário sempre, não há o que discutir. E nesse caso, visitas também devem seguir a ordem –porque, caso alguém burle o combinado, causa, sim, problemas para os demais.

Seja amistoso

Para evitar choro e ranger de dentes, é interessante conversar com seu filho antes de receber os amigos dele. Explicar que certas atitudes das visitas serão toleradas porque cada um tem uma forma de se comportar na própria família, mas que ele deve seguir cumprindo as regras da casa.

Ao receber a criançada em casa, exponha de modo amistoso os principais combinados da casa, dizendo que o dia tem tudo para ser muito bacana e divertido, mas para que todos convivam bem é preciso estar de acordo com algumas coisas.

Por mais burocrático ou intimidador que isso possa parecer, vale a pena dedicar os cinco primeiros minutos da recepção dos convidados a esse aviso. Caso contrário, a chance de perder o controle sobre a meninada --inclusive sobre seu filho— é grande.

Firmeza é imprescindível

No caso de adolescentes, vale seguir as mesmas recomendações. Porém, tome muito cuidado para não expor seu filho diante dos colegas em caso de ter de reprovar algum comportamento deles.

Nessa fase, a opinião do grupo é muito forte, e o anfitrião pode se sentir envergonhado assistindo a uma situação dessas. Além disso, quanto mais velhos, mais os filhos tendem a questionar a autoridade dos adultos. Evite, então, desgastes desnecessários.

Em situações em que for preciso chamar a atenção de um visitante, busque optar por chamar seu filho discretamente para conversar em outro ambiente e explique a ele que o que o amigo está fazendo não é tolerado por vocês, como ele bem sabe. Por exemplo, fumar dentro de casa, colocar os pés no sofá, falar palavrões, mexer no celular durante as refeições etc.

No caso de questões mais sérias (e mais delicadas, consequentemente), como consumir bebida alcoólica, fale diretamente com a visita. Chame o jovem para conversar em um cômodo reservado, longe dos demais e seja breve: diga que não tolera o comportamento. Por fim, explique que, para continuar na sua casa, é preciso parar. Não ameace contar para os pais do adolescente. Mas se a sua intenção é falar com eles posteriormente, deixe claro para o jovem.

Consultoria: Edith Rubinstein, psicopedagoga e diretora do Centro de Estudos Seminários de Psicopedagogia, de São Paulo; Cátia Alves, coordenadora pedagógica do Colégio Graphein, de São Paulo, e Anete Hecht, terapeuta de casais e família, de São Paulo.