Embora assuste os pais, desmaio em bebês costuma ser normal e inofensivo
A jornalista Juliana Bussab, de São Paulo, mãe de Mariana, 2 anos, ficou bastante assustada ao presenciar uma série de desmaios da filha. Tanto que chegou a fazer uma postagem no Facebook alertando outros pais sobre o problema.
“Quando está nervosa, ela começa a chorar forte, perde o fôlego, fica roxa e desmaia.” O primeiro episódio aconteceu quando a bebê tinha um ano e um mês. “Por sorte, meu irmão, que é clínico geral, estava em casa no momento, ele levantou as pernas dela e, em poucos segundos, ela voltou.”
Preocupada, Juliana levou a filha a uma consulta com a pediatra para fazer alguns exames, mas nada de anormal foi constatado. Segundo sua médica, desmaios em bebês são comuns e não há tratamento. “Mesmo assim, eu e minha família decidimos fazer um curso de primeiros socorros para saber como agir quando acontece. Desde então, sempre que minha filha desmaia, nós a colocamos deitada no chão, levantamos suas pernas e seu queixo, assopramos sua boca e logo ela acorda.”
Segundo o pediatra Hany Simon Junior, membro do Departamento de Emergência e Cuidados Hospitalares da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), os desmaios costumam acometer bebês de seis meses a três anos. “Podem acontecer episódios com crianças de até seis anos. Em 90% dos casos, após essa idade, cessam naturalmente.”
O médico explica que o desmaio é um quadro clínico bem definido, no qual, por algum motivo, há diminuição da oxigenação no cérebro. Ele orienta que o primeiro episódio seja investigado a fundo -- com avaliações cardiológica e neurológica-- para descartar a existência de um problema mais grave. Doenças metabólicas e endocrinológicas também podem causar desmaios, porém esses quadros são mais complexos, gerando outros sintomas.
“Normalmente, olhamos o contexto em que o desmaio aconteceu. Se a criança estava chorando muito ou em uma crise de birra, pode ter perdido o fôlego e a consciência por alguns instantes. Nesses casos, ela fica roxa, mas também pode ficar pálida”, fala Simon Junior.
Apesar do susto que provoca nos pais, o pediatra afirma que se trata de um evento absolutamente benigno, do qual a criança se recupera totalmente em questão de segundos, sem a necessidade de ser reanimada. “Nesse tipo de evento, a criança não corre risco de morte, de sofrer atraso no desenvolvimento ou convulsão”, declara.
O fator desencadeante é, portanto, comportamental. “Quando a criança percebe que obtém ganho afetivo, começa a provocar o desmaio e manipula a família para ter atenção. Por isso, é importante que os pais estejam bem orientados e evitem dar uma importância excessiva aos episódios”, diz o pediatra.
Quando completou um ano e dez meses, Mariana passou a ter desmaios com mais frequência, normalmente, de 15 em 15 dias. A pediatra, então, recomendou que ela passasse por um acompanhamento psicológico para dar mais segurança aos pais.
A família toda está empenhada em ajudar a menina a superar os desmaios. “Além de aprender os primeiros socorros, procuramos acalmá-la e distraí-la quando percebemos que corre o risco de desmaiar, e isso tem sido bastante eficaz”, conta Juliana.
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