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10 questões para avaliar se vale retomar contato com amigos de infância

É fundamental fazer uma reflexão sincera para avaliar se vale manter a amizade ou não - Getty Images
É fundamental fazer uma reflexão sincera para avaliar se vale manter a amizade ou não Imagem: Getty Images

Heloísa Noronha

Colaboração para o UOL

14/09/2015 07h25

Com as redes sociais, rever colegas de infância e da adolescência tornou-se muito mais fácil. Mas a facilidade pode se transformar em dilema quando, apesar do carinho pela amizade do passado, não conseguimos mais encaixar na realidade atual aquela pessoa que agora pouco ou nada tem a ver com a gente. Valores e identidade podem mudar à medida que se amadurece, daí a incompatibilidade pode surgir.

Como dar continuidade ou não a uma relação na maior parte das vezes não se trata de uma decisão fácil, é fundamental fazer uma reflexão sincera e corajosa sobre algumas questões.

A seguir, algumas perguntas importantes que você deve fazer, que servem para todos os tipos de amizade:

1 - Temos confiança e segurança um no outro?

“Amigos devem se enxergar como um livro aberto, com todos os defeitos e medos, porque intimidade e vulnerabilidade estão sempre juntas”, diz o psicólogo João Alexandre Borga, de São Paulo.

2 – Temos interesse de verdade um pelo outro ou estamos presos ao carinho cultivado no passado?

Interesse real pela pessoa que o amigo se tornou, com reciprocidade, é o que mantém a chama da amizade acesa.

3 - O tempo e a distância são meros detalhes?

“Muitas vezes, algumas amizades sobrevivem de encontros esporádicos ao longo dos anos. Não importa se eles acontecem a cada seis ou 12 meses. Desde que haja interesse das partes de se encontrarem, sempre valerá a pena”, fala João Alexandre.

4 - Essas amizades lhe trazem prazer?

“A partir do momento em que elas passam a destoar do que você pensa e sente, deixe-as ir livremente, sem culpa nem rancor. Assim poderá guardar em si e deixar naqueles que conviveram com você apenas lembranças agradáveis”, afirma Luciana Barros de Almeida, presidente nacional da ABPp (Associação Brasileira de Psicopedagogia).

5 - Você se sente incomodado com o que o amigo conquistou e você, não? Ou vice-versa?

É comum admirar as posses alheias e querer imitar os passos das pessoas das quais gostamos, mas, se a inveja começa a envenenar a amizade, talvez seja a hora de se afastar.

6 - O que mudou em mim e/ou no meu amigo e como me sinto em relação a essas mudanças?

7 - Qual o impacto das transformações ao longo dos anos?

Troca de religião, mudança de país, diferença significativa de nível cultural ou financeiro, acúmulo de experiências muito distintas... Quando as transformações são muito efetivas ou atingem o plano dos valores, é comum que algumas amizades não sobrevivam, principalmente se houver preconceito ou intolerância por uma ou ambas as partes.

8 - Nossa identificação ficou no passado?

Se quando vocês se encontram, as conversas giram em torno somente das histórias e experiências que viveram juntos e dificilmente assuntos do presente vêm à tona, é sinal de que há muito pouco em comum entre vocês agora.

9 – Gosto de verdade desse amigo ou o meu carinho se destina à pessoa da época em que convivia com ele?

10 - Há uma disposição verdadeira em investir no retorno dessa amizade?

Como agora um não faz mais parte da rotina do outro, vocês precisarão se policiar para se telefonarem, lembrarem-se de datas importantes e significativas e mostrarem que ainda existe um laço afetivo. Se isso será um esforço para você, melhor repensar.

Outras fontes consultadas: Ana Paula Magosso Cavaggioni, psicóloga e pesquisadora convidada do Departamento de Aprendizagem, do Desenvolvimento e da Personalidade do IP-USP (Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo); Teresa Amorim, psicóloga,  mestre em psicologia social pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e fundadora e diretora do ICGT (Instituto Carioca de Gestalt-Terapia); e Ana Maria Cordeiro, psicóloga e analista junguiana pela SBPA (Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica).