Não negligencie o encanamento: faça a manutenção dos canos e ralos da casa
O encanamento da sua casa está em dia? Na maioria das casas, tubos e conexões ficam escondidos dentro de paredes, sob o piso e acima do forro, por isso, é normal que esses itens sejam esquecidos durante reformas e obras ou ações de manutenção. Lembramos que o encanamento existe quando nos deparamos com vazamentos ou quando algum componente estoura ou entope. E, nessas horas, a dor de cabeça costuma ser grande. Para diminuir os impactos (ou eliminar a necessidade) de uma intervenção de emergência, veja como agir para preservar os encanamentos domésticos e aprenda alguns cuidados que podem ajudar a prolongar a vida útil da hidráulica de sua casa.
Vida útil de um encanamento
Teoricamente, as tubulações de PVC têm vida útil superior a 50 anos. Mas esse material só passou a ser utilizado intensamente no Brasil por volta dos anos 1970. "Por isso ainda não temos uma análise conclusiva sobre estimativa de durabilidade", explica o engenheiro civil Flávio Figueiredo. Tubulações expostas, por exemplo, tendem a apresentar menor durabilidade por conta da degradação do material pelos raios ultravioleta.
Outra característica dos tubos de PVC comum que não pode ser esquecida é quanto a resistência à temperatura, pois esse tipo de material idealmente suporta transportar líquidos com até 20º C. Dessa maneira, não servem para escoar água quente: nesses caos deve-se adotar encanamento específico, em cobre ou PPR (Polipropileno Copolímero Random, tipo três). Porém, tão determinante quanto o tubo é a qualidade das instalações. Por exemplo, "vale dar atenção aos pontos da rede que terão de suportar altas temperaturas. O cruzamento de instalações de água quente e fria mal feito ou mal isolado pode estragar a tubulação de água fria e ocasionar vazamentos", alerta a arquiteta Graziella Aguiar. Outro ponto é: você usou materiais de primeira, mas a mão de obra ficou a desejar? Redobre a atenção sobre os conectores e elementos mais sensíveis, como válvulas.
Tubulação de água quente
Utilizadas para condução de água quente, as tubulações de cobre possuem vida útil muito longa, geralmente superando a da própria edificação. Só que essa durabilidade pode ser comprometida se as conexões e soldas das instalações não forem bem executadas.
Daí a importância de contar com mão de obra treinada para lidar com esses encanamentos. Uma dica é procurar empresas especializadas em serviços de hidráulica ou profissionais (encanadores) formados pelo Senai.
Avaliação periódica
Problemas relacionados à hidráulica não são difíceis de detectar logo que ocorrem. Basta ficar atento a qualquer suspeita de vazamento ou dilatação e estufamento de superfícies (piso, paredes e forros, seja de pintura ou do revestimento cerâmico, por exemplo). Nesses casos, a dica é procurar um profissional o mais rápido possível e evitar maiores danos.
"Como medida de prevenção, indico uma avaliação técnica na instalação hidráulica a cada sete anos", diz a arquiteta Graziella Aguiar. Parece inofensivo, mas um vazamento pode - por exemplo - remover o solo sob a edificação, deixando o piso oco e vulnerável, ou mesmo causar o colapso das fundações. Atente-se!
Encanamento antigo. O que fazer?
É comum encontrar em casas e apartamentos antigos (com mais de 30 anos de idade) tubulações de ferro, material atualmente em desuso. Se esse é o caso da sua residência, a recomendação é providenciar a substituição dos tubos o quanto antes, de preferência aproveitando o quebra-quebra gerado pela realização de alguma reforma. Com a passagem da água, as paredes dos canos de ferro vão se deteriorando e se tornam mais espessas, diminuindo o escoamento da água.
Em certos casos, a deterioração é tão grande que a tubulação acaba se rompendo. "A corrosão também faz com que a tubulação libere parte de ferro significativa, na água, tornando-a imprópria para consumo", acrescenta a arquiteta Cristiane Sita.
Cuidados diários
Cada material é feito para suportar até determinado tipo de temperatura e solidez. Por isso, é importante que, de maneira geral, os resíduos sejam despejados e descartados em seus devidos lugares. Tal atitude também preserva o meio ambiente.
É preciso tomar cuidado para não despejar pelo ralo produtos de limpeza corrosivos ou líquidos muito gordurosos, muito menos elementos sólidos como restos de comida ou sacos plásticos e embalagens. Em tubulações aparentes, evite impactos e elimine o uso para qualquer tipo de apoio (como pendurar ou sustentar outros elementos, mesmo que leves como trapos), para não danificá-las.
Manutenção em ralo do chuveiro e sifão da pia
O conselho dos especialistas é realizar limpezas preventivas do ralo do chuveiro/ boxe e do sifão da pia anualmente ou a cada seis meses, dependendo do grau de utilização. Os lavatórios dos banheiros costumam demandar limpeza mais frequente, sobretudo por causa dos fios de cabelo que descem pela tubulação. Para fazer isso, você pode contratar uma empresa especializada.
Mas, se preferir fazer o serviço você mesmo, feche o registro e desrosqueie o sifão (tomando o cuidado de manter um balde sob a saída de água). Limpe a peça em um tanque com a ajuda de uma escovinha. Então, instale o sifão novamente. Aproveite a oportunidade para checar o estado das borrachinhas de vedação. Se elas estiverem muito gastas, vale a pena trocá-las.
Caixa de gordura
Também no caso de caixas de gordura, a frequência da limpeza vai depender muito da intensidade de uso. Em restaurantes ou casas com muitos moradores, por exemplo, onde a cozinha opera a todo vapor, verifique o equipamento a cada dois meses. Já em residências em que os moradores fazem pouco emprego de gordura, a caixa pode ficar até um ano sem limpeza.
Para realizar o serviço você pode contratar uma empresa especializada. Porém, se for adepto do "faça você mesmo", abra o reservatório de gordura e, protegido por luvas de borracha, retire o excesso de resíduos ali depositados. Uma dica é usar uma pinça (de porte compatível) e/ ou uma concha para ajudar.
Fontes consultadas: Flávio Figueiredo, engenheiro civil, especialista em avaliações e perícias, diretor da Figueiredo & Associados e conselheiro do Ibape/SP (Instituto de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo); Graziella Aguiar, arquiteta da Master House Reparos e Reformas; Cristiane Sita, arquiteta da Praquemarido.
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