Noivas dedicadas colocam a mão na massa e economizam até R$ 11 mil
Quem vai a uma festa de casamento nem desconfia de todo trabalho que o casal teve ao organizá-la, principalmente se a noiva decidiu, por conta própria, colocar a mão na massa e economizar um bom dinheiro elaborando itens para o evento. A tendência ‘DIY’ ['do it yourself'] (faça você mesmo, em tradução livre do inglês), bastante disseminada em blogs especializados em casamento, está em alta e não tem limites. Forminhas, artigos de decoração, lembrancinhas, buquês e até mesmo o próprio vestido estão no leque de possibilidades.
Vestido e buquê
Carolina Signorini, jornalista, usou tudo que aprendeu em cursos de moda para fazer o próprio vestido. “Sempre costurei as minhas roupas, mas fazer o vestido de noiva me deu um frio na barriga. Uma coisa é costurar uma peça de algodão e outra é fazer o que iria vestir no meu casamento”, conta.
A jornada de Carolina era longa e, entre a rotina do trabalho, achou espaço para confeccionar a peça. “Acordava às 7h e costurava até às 10h. Ia para o trabalho, voltava para casa às 21h e aí costurava até meia-noite.”.
Para a peça, foram comprados apenas dois tipos de tecido na famosa rua 25 de Março, em São Paulo, e a mãe da jornalista acabou a ajudando na reta final. E Carolina não parou por aí. Ela também fez o próprio buquê, todo de broches, e os arranjos de flores das daminhas de honra, assim como os acessórios de cabeça das pequenas.
Com tantos afazeres, Carolina terminou seu vestido à 1 hora da manhã do dia do casamento. “No dia, eu estava muito cansada e ansiosa para as minhas férias”, confessa. Mas, apesar de todo trabalho, não há arrependimento. Inclusive, Carolina pegou gosto pelo tema e tem planos de começar um novo negócio. “Descobri que sou capaz e quero abrir a minha própria marca e fazer vestidos para noivas que, assim como eu, não tinham muito dinheiro para gastar. A costura foi um dom que Deus me deu e quero usá-la para fazer o bem”.
Casando sem grana
Quem jura que não teve nenhum estresse com a preparação do casamento é Sammia Vilela, autora do blog Casando Sem Grana, que se casou em fevereiro de 2012. Tranquila, Sammia começou a pesquisar preços e fornecedores para o seu casamento assim que noivou, em 2009, e ficou assustada com os valores exorbitantes. “Os poucos sites que tinham só falavam de casamento de luxo e foi assim que a ideia do site surgiu.”
Durante os quatro anos de noivado (e de muita pesquisa), a blogueira descobriu alternativas mais baratas e resolveu confeccionar os convites; as lembrancinhas, como pão de mel embrulhado em papel semente e monóculos com foto do casal, e grande parte da decoração do evento.
Para fazer tudo a que se propôs, a blogueira contou com a ajuda da sogra e da cunhada e, mesmo com muitas tarefas, não perdeu a calma. “Só uns oito meses antes que eu realmente comecei a me preocupar com o casamento”, confessa. Mas, mesmo assim, ela orienta as noivas a se programarem e a seguirem o cronograma à risca. “Cerca de sessenta dias antes da data, tem de estar com o máximo de coisas prontas. E não invente de fazer algo faltando pouco tempo para o casamento”, alerta.
Sammia ainda aconselha: “Elaborar itens para o casamento tem de ser algo agradável e não um tormento na vida da noiva. Ela não pode se estressar. Se começar a ficar muito estressada, pare e procure outra alternativa, senão vai dar tudo errado”. É possível acompanhar toda a saga de Sammia pelo blog, que acabou crescendo e fez com que a blogueira largasse o emprego de social media para cuidar exclusivamente de sua página.
Economia de R$ 11 mil
Outra que fez do casamento um ganha-pão foi Cynthia Takahara. Formada em Contabilidade, Cynthia entrou de cabeça no universo do casamento e não voltou mais. Empolgada com os preparativos, ela criou o site Matrimoney, onde dividia todas as suas experiências de noiva. “Estou sempre falando e ninguém aguentava mais me ouvir falar de casamento. Então, em julho de 2011, fiz o blog e era como uma terapia para mim.”
Entre os itens que elaborou para o casamento, além do blog, estão as lembrancinhas, centros de mesa, o fundo para fotos divertidas dos convidados e os 'sousplats' [apoios de prato]. “Foram nove meses, contando com a ajuda de familiares, para fazer os 'sousplats'.”, explica. Nesse período, Cynthia morava em Jundiaí, no interior de São Paulo, por conta do trabalho e passava a semana inteira fazendo canudinhos de jornal para, no final de semana, montar os apoios de prato, quando voltava para a capital.
Organizada, Cynthia seguia uma planilha com todos os gastos que teria. O documento ainda trazia os valores que poupava. Somando tudo, ela conta que economizou cerca de R$ 11 mil. “Foi muita bateção de perna mesmo. Cheguei a andar sete horas em apenas um dia na rua 25 de março, comprando material para fazer as coisas do casamento.” Mas, pelo visto, todo esforço não foi em vão. Hoje, a contadora até abriu a sua empresa de assessoria de casamentos, a Love Love Celebrations .
Entre os itens feitos por Cynthia, estão as garrafas do centro de mesa, pintadas por ela
Um casamento, dois países
Para o seu casamento, que será realizado em 15 de dezembro deste ano, a fonoaudióloga Isabela Gomes, além de confeccionar alguns itens, ainda encontrou, na ocupação, uma ótima maneira de passar o tempo. Ela conheceu o noivo em uma livraria de São Paulo e ele logo foi transferido, por conta do trabalho, para a Suíça. Para acompanhar o amado, Isabela largou o emprego no Brasil e resolveu se dedicar inteiramente ao casamento.
“De repente, me vi noiva e com tempo ocioso, então encontrei no casamento uma possibilidade de me ocupar e de deixar o casamento com a minha cara.” Foi também com a intenção de economizar que Isabela passou a confeccionar alguns itens, como porta-guardanapos, convites e uma das lembrancinhas que distribuirá. No tempo que tem entre as viagens que faz para a Suíça, a fonoaudióloga pesquisa os preços de tudo que precisa, tanto aqui quanto fora do Brasil.
A lembrancinha, por exemplo, será uma mistura de amêndoas italianas, trazidas pelo noivo, com saquinhos de organza e plásticos comprados na rua 25 de Março. Ela e o noivo seguem o cronograma à risca para dar tempo de estar tudo pronto até a data do casório, que será feito no Brasil.
Noiva artesã
Camilla de Oliveira, de Maceió, é designer gráfica e se casa em outubro deste ano, em uma festa para 130 convidados. Noiva desde 2009, há dois anos e meio, ela coloca a mão na massa, elaborando detalhes da decoração e forminhas de doces. Como qualquer noiva que trabalha o dia todo, Camilla reserva o fim do dia (“a hora da novela”) para se dedicar ao evento e confeccionar as peças.
“Pesquiso tudo na internet. Minhas referências vêm de lá”, confessa. Para elaborar os centros de mesa, a designer apaixonada por artesanato gasta cerca de cinco horas para cada item. “É necessário ter muita paciência”, admite. O único problema é que em sua cidade não encontra muitas lojas que vendam esses materiais e, quando acha, é tudo muito caro. Nessa hora, entra a ajuda do pai.
“A cada 15 dias, meu pai vai à Recife, então eu faço uma lista das coisas que preciso e ele me traz”. Apesar do trabalho, ela estima que já tenha economizado cerca de R$ 8 mil e agradece à internet por tudo o que conseguiu realizar até hoje. “Graças à internet, a maioria das coisas que fiz aconteceu”, finaliza Camilla.
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