Saiba como proteger seu filho das doenças de inverno
Em boa parte do Brasil, essa é uma temporada de baixa umidade relativa do ar, o que faz com que as vias respiratórias sofram. "O ar seco também favorece que partículas, incluindo vírus e bactérias, permaneçam mais tempo em suspensão", explica Evandro Roberto Baldacci, pediatra e professor do Departamento de Pediatria da USP.
Nessas condições, aparecem inflamações, como a rinite e a asma, e doenças infecciosas respiratórias, como a gripe e o resfriado. Para evitar esses males, os médicos sugerem ingerir muita água e outros líquidos durante todo o dia e manter uma toalha úmida estendida próxima à cama durante à noite.
"Como a área da toalha é maior, é uma solução mais eficiente do que um balde cheio de água para umidificar o ar do cômodo", diz Gerson Matsas, pediatra do Hospital Samaritano, em São Paulo.
Outra boa dica, de acordo com Baldacci, é manter as vias aéreas superiores sempre limpas usando soro fisiológico e fazendo inalações (somente com soro, sem medicamentos).
Também é comum nessa época que os termômetros despenquem de uma hora para outra, fazendo com que, consequentemente, a temperatura do corpo oscile se ele não estiver bem protegido. De acordo com Matsas, nosso organismo é programado para se manter aquecido entre 36 e 36,5 graus Celsius, situação controlada pelo processo denominado homeostase.
Sempre que a variação ocorre, o corpo é obrigado a gastar energia para se recuperar. Se faz isso diversas vezes ao dia, por exemplo, desperdiça energia, podendo deixar de cuidar de outras funções físicas importantes, o que abre caminho para doenças se instalarem no organismo.
"Assim, sair de casa bem agasalhado quando está ventando ou muito frio, é válido para manter a temperatura do corpo mais estável", diz o especialista. No caso de recém-nascidos, o cuidado é ainda mais importante, porque a homeostase neles ainda não está estabelecida por completo.
No entanto, nada de exagerar e encapotar demais a criançada. De acordo com as pediatras Cintia e Annelise, sentir a temperatura na barriga, peito, costas e na cabeça da criança é o jeito mais adequado de saber se ela está com frio –e não tocando nas mãos e nos pezinhos dela–, como geralmente se faz. Elas explicam que as extremidades são naturalmente mais frias em comparação com o resto do corpo.
Outro cuidado essencial nessa época é evitar locais sem ventilação e cheios de gente (ainda mais se as crianças estiverem adoentadas!). Esse tipo de ambiente potencializa a circulação de vírus, bactérias e ácaros, que podem desencadear a gripe e outros males, uma vez que o ar não é renovado.
"É importante manter os ambientes abertos uma boa parte do dia para que sejam arejados", diz Matsas. Cintia e Annelise ainda recomendam trocar a vassoura (que levanta pó) por pano úmido para fazer a limpeza da casa, tirar os bichos de pelúcia, cortinas e tapetes do quarto e cuidar da faxina do carro com a mesma dedicação que a da casa.
Não se esqueça também da vacina contra a gripe, recomendada para todas as crianças de seis meses a cinco anos pela SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria). No primeiro ano em que recebem a vacina, menores de nove anos devem tomar duas doses, com intervalo de um mês.
Antes mesmo de seu filho apresentar febre, dor de cabeça ou de garganta e coriza, entre outros sintomas típicos dos dias mais frios, vale conversar com o pediatra e pedir orientações sobre como proceder para cuidar dele.
Resfriados, por exemplo, são muito comuns na infância. Algumas crianças chegam a ficar resfriadas dez vezes por ano e muitas famílias acabam medicando por conta, usando remédios que não necessitam de receita médica, na intenção de aliviar os sintomas, como tosse, nariz entupido e dor de garganta.
Antitérmicos e analgésicos possuem a versão infantil com o objetivo de ter a dosagem ajustada para evitar complicações. Mas eles podem causar reações adversas perigosas, como alergia, aumento da frequência cardíaca, sonolência, insônia, convulsão e diminuição da frequência respiratória. Nenhum remédio é livre de efeitos colaterais.
Além disso, ao medicar as crianças em casa, você pode mascarar doenças sérias, como a pneumonia, retardando o início do tratamento adequado.
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