Seu filho está de férias e você não? veja ideias para lidar com a situação
As crianças estão de férias e você não conseguiu tirar um período de descanso no seu trabalho. A situação deixa os pais aflitos, mas pode ser contornada com flexibilidade e criatividade, mesmo que não seja possível pagar por um acampamento de férias.
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- http://mulher.uol.com.br/gravidez-e-filhos/enquetes/2012/12/31/seu-filho-esta-de-ferias-da-escola-e-voce-tem-de-trabalhar-o-que-voce-faz.js
Se seu filho não tem babá e não há condições financeiras de se contratar uma profissional temporariamente, o primeiro passo é acionar as redes de contato, as pessoas em que você mais confia. “Os parentes mais próximos, os avós, os vizinhos, podem ajudar nessas horas”, afirma Rogério Correia da Silva, professor e pesquisador do Núcleo de Estudos e Pesquisas Sobre Infância e Educação Infantil da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Conviver com outros arranjos familiares tem tudo para ser enriquecedor para a criança.
O educador sugere ainda procurar a rede escolar pública. Em várias cidades do Brasil, escolas e creches oferecem atividades de recreação durante o período de férias, caso do CEU (Centro Educacional Unificado), em São Paulo, e das escolas municipais de Curitiba. As instituições de ensino particulares também costumam manter cursos de férias com preços mais em conta do que as colônias.
Em qualquer opção, seja na rede pública ou privada, Correia da Silva orienta os pais a pesquisarem sobre a programação oferecida. “Existem instituições que funcionam muito mais como um depósito de crianças. Muitas não oferecem atividades para entreter e não possuem profissionais capacitados.”
Explorar a cidade
Receber e visitar os amigos da escola, da van escolar, da aula de natação, entre outros do círculo social da criança, podem ser fonte de diversão nas férias.
Outra proposta de Correia da Silva é formar grupos de pais que se revezem para passear com as crianças. Se um adulto está disponível, ele pode sair com a turma. No fim de semana, quem trabalhou pode programar outras atividades.
Nesses passeios de rodízio, explore a cidade, visitando parques públicos, praças, livrarias, brinquedotecas, gibitecas e museus. "Todo museu tem um setor educacional, que ajuda a orientar a visita. Basta ligar e verificar em que dia da semana a área está ativa", diz Tânia Ramos Fortuna, professora de psicologia da educação e coordenadora do programa de extensão Quem Quer brincar?, da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).
Para os dias em que não for possível sair, monte um kit para que seu filho possa exercitar sua criatividade em casa. Basta juntar em uma caixa lápis de cor, canetinhas, copos vazios de iogurte, durex, cola, barbante, papéis variados, entre outros materiais. Proponha temas para a criança criar e, depois do expediente, não deixe de pedir para ver a produção dela.
Segundo Tânia, jogos eletrônicos e navegar na internet podem ser permitidos desde que explorados com parcimônia e que haja rigorosa vigilância e constante mediação dos adultos.
Diversão com os pais
Mesmo trabalhando durante a semana, os pais podem se esforçar para dar um toque diferente ao período de férias programando atividades que fujam do dia a dia da criança.
Tânia, da UFRGS, sugere criar noites temáticas. Antes de sair para o trabalho, combine que o tema da noite será árabe. Se ele for alfabetizado, pode pesquisar, na sua ausência, sobre como os árabes se vestem, o que comem, suas músicas... À noite, quando chegar, improvise um jantar típico –que não precisa ir além de esfirras e quibes–, com direito a comer dentro de uma tenda armada no meio da sala.
Você pode organizar também a noite temática da praia, com jantar de sanduíches, sucos e picolé de frutas de sobremesa. "Dá até para abrir o guarda-sol e estender uma esteira em algum ambiente", diz Tânia. Torneios de jogos de tabuleiros, como damas, e show de talentos podem incrementar as noites de férias.
Um pouco do verão
O calor está quase insuportável e as crianças com tédio dentro de casa? Prepare brincadeiras com água. Valem banhos de bacia, de esguicho, de roupa de banho debaixo do chuveiro, de mangueira no quintal ou na varanda do apartamento.
Se sobrou tempo e dinheiro para fazer uma viagem curta no fim de semana, aproveite para estender essa experiência. Depois do passeio, você pode pedir a seu filho que faça um diário sobre o que vocês fizeram no lugar visitado ou que organize um álbum com as fotos tiradas lá. "São atividades que ele pode fazer sozinho e que ocupam, divertem e educam", fala Tânia.
Outra ideia que a criança pode curtir é visitar seu ambiente de trabalho. "Se for possível, é bacana para ela conhecer melhor seus pais", diz o professor Correia da Silva.
Democratize
Se o seu filho está chateado porque a família não conseguiu viajar, deixá-lo participar da decisão sobre os passeios disponíveis pode amenizar a insatisfação.
"Há famílias em que os filhos são apenas comunicados sobre a atividade de lazer que farão. Inserir a criança no processo de decisão pode ser uma grande oportunidade educativa. Ela aprende a opinar, a participar, a oferecer alternativas dentro de um conjunto de possibilidades que os adultos já decidiram", afirma Tânia.
Mas tome cuidado para que seu filho não ache que só o desejo dele é válido. "Essa conversa não pode se tornar um meio de a criança se tornar um pequeno rei, que escolhe tudo e todos fazem suas vontades. Ela participa, mas não é a única responsável pela decisão", declara a especialista da UFRGS.
Na ânsia de ocupar a criança, cuidado só para não exagerar. "Assim como os adultos, as crianças também precisam de momentos quietos. Às vezes, elas querem ficar em casa, sem fazer nada. Isso as pacifica, tranquiliza e dá conforto. Não é porque estão de férias que todos os momentos devem ser de hiperatividade", diz a professora.
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