As casas de Niemeyer: livro traz lado menos famoso da obra do arquiteto
"Não é o ângulo reto que me atrai. Nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual. A curva que encontro nas montanhas do meu país, nos cursos sinuosos dos seus rios, nas nuvens do céu, no corpo da mulher amada", a frase em que Oscar Niemeyer resume sua obra abre o livro "Oscar Niemeyer- Casas", publicado pela editora Gustavo Gili em português.
O volume, com 232 páginas e originalmente em inglês (2006), trata da vertente menos conhecida da arquitetura de Niemeyer em textos de Alan Hess e fotografias feitas por Alan Weintraub. Dividido em duas porções - a primeira trata das casas em três breves capítulos recortados em períodos (1936 - 1953; 1953 - 1961 e 1961 - 2005) e a segunda com a apresentação de projetos selecionados em fotos - o livro consegue pontuar a produção das unidades unifamiliares no correr da carreira do arquiteto.
Muitas vezes negligenciadas em meio às grandes obras como Brasília, as casas desenhadas por Niemeyer antecipam conceitos empregados em projetos públicos. Influenciado por Le Corbusier (Charles Édouard Jeanneret, 1887 - 1965), o arquiteto traçou em sinuosidades uma identidade brasileira no movimento Modernista. Nas residênciass, as formas ameboides, combinadas aos pilotis, brises e amplos espaços, apontam essa determinação.
Como é possível ler na introdução do livro, as casas projetadas por Niemeyer não são monotemáticas, elas respondem às espeficidades do local, do programa construtivo e dos clientes. "Em sua pequena escala, muito próxima àquela de uma joia, as casas de Niemeyer são a afirmação idealizada de seus ideais arquitetônicos, a essência de como afronta lugares especiais e a arte da vida (...)", defende o texto de Hess.
Primeiramente refletindo Le Corbusier, as moradias - com o tempo - passam a indicar a exploração das formas livres e dos espaços abertos e algo do fascínio de Niemeyer pela arquitetura histórica e, mesmo, pelas casas-grandes das fazendas de café. Amante e buscador da beleza, o arquiteto se traduz na liberdade plástica do concreto enquanto material. As residência, algumas renegadas, são exemplo claro do ajustar e aperfeiçoar das linhas de seus trabalhos mais viscerais e conhecidos, bem como, conformam a pluralidade da personalidade do projetista.
Serviço – “Oscar Niemeyer – Casas”
Textos: Alan Hess; fotografias: Alan Weintraub
Editora: Gustavo Gili (2011)
Preço: R$ 149
Informações: ggili.com.br
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